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Fórum de Davos não tira as dúvidas sobre reativação econômica

O Fórum de Davos começa a despedir-se neste sábado de sua 40ª edição sem resolver as dúvidas sobre a firmeza da reativação econômica, assombrada pelos problemas orçamentários de certos Estados, como Grécia, e a polêmica da regulação bancária.

“Os déficits públicos serão um dos maiores problemas nos cinco, seis ou sete próximos anos, de acordo com os países”, delcarou o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), o francês Dominique Strauss-Kahn, em um debate sobre as perspectivas econômicas. Um dos desafios mais delicados para os governos consiste em escolher a melor hora e o melhor ritmo para retirar as medidas excepcionais de apoio à economia adotadas no momento mais agudo da crise.

“Se sairmos muito tarde, haverá uma desperdício de recursos e isso aumentará a dívida pública e devemos evitar isso”, afirmou Strauss-Kahn. “Mas se sairmos muito cedo, o risco é ainda maior”, acrescentou, evocando uma possível retorno da recessão. A preocupação da elite mundial, reunida até domingo no Foro Econômico Mundial, se focou principalmente na Grécia, cujas desastrosas finanças se converteram em dor de cabeça para toda a zona do euro.

O primeiro-ministro grego Giorgos Papandreou, presente na quinta e sexta-feira em Davos, tentou tranquilizar os mercados e seus sócios europeus, garantindo que seu país não precisa de ajuda externa para sair da crise. Mas estas palavras não pareceram surtir efeito, levando-se em conta a forte baixa do euro. Segundo Strauss-Kahn, um dos desafios mais delicados para os governos consiste em escolher o melhor momento e a melhor velocidade para acabar com as medidas excepcionais de apoio à economia adotadas no momento mais agudo da crise, sustentou.

“Se sairmos muito tarde haverá um esbanjamento de recursos e isso resultará em dívida pública e devemos evitá-la. Mas se sairmos muito cedo, o risco será ainda maior”, explicou, falando sobre uma possível recaída na recessão. No que se refere às perspectivas econômicas para 2010, Strauss-Kahn se mostrou prudente, apesar do FMI acabar de revisar a alta de 3,9% do PIB (Produto Interno Bruto), suas projeções de crescimento mundial.

“O crescimento acontece mais rápido que o previsto, mas não podemos esquecer que este crescimento ainda é frágil porque grande parte dele está sustentado por fundos públicos e a demanda privada ainda é fraca”, explicou. Outro tema de inquietude e polêmica em Davos foi a ofensiva contra os bancos para um maior controle de suas atividades, anunciada pelo presidente norte-americano Barack Obama na semana passada e apoiada pelo presidente francês Nicolas Sarkozy em Davos.

Como era de se esperar, a maioria dos banqueiros foi contra a tentativa de aumentar a regulação do setor para diminuir os grandes riscos, responsáveis, para muitos, por grante parte da crise financeira. Nesse sentido, vários ministros de Finanças, presidentes de Bancos Centrais e banqueiros se reuniram a portas fechadas neste sábado para discutir esses projetos de regulação, indicaram fontes do governo francês.

Entre os participantes estiveram, entre outros, a ministra francesa de Economia, Christine Lagarde, o ministro da Economia britânico Alistair Darling e o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet. O encontro permitiu uma “troca de pontos de vista” mas não resultou em nenhum tipo de decisão, segundo as mesmas fontes.

Para a América Latina, e do lado dos negócios, o grupo suíço Nestlé, número um do setor alimentício, anunciou neste sábado um investimento de cerca de 400 milhões de dólares no México até 2012, destinado principalmente a criar a maior fábrica processadora de café solúvel do mundo.

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