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Forças sírias atacam cidades e a Rússia prepara fuzileiros navais

Forças de segurança sírias atacaram redutos da oposição em todo o país, esta Segunda-feira, disseram activistas, acrescentando que pelo menos 23 pessoas foram mortas em confrontos que, segundo eles, aumentaram desde que os observadores internacionais suspenderam a missão na Síria.

Os activistas disseram que os disparos de artilharia atingiram Douma, uma cidade a 15 quilómetros da capital Damasco.

A cidade esteve, durante semanas, sob o controle parcial dos rebeldes que aderiram à revolta de 15 meses de duração contra o presidente Bashar al Assad.

“Nós nem podemos contar com precisão os mortos porque temos tantas pessoas feridas para tratar que não há tempo para pensar noutra coisa”, disse um activista em Douma que se chamava Ziad.

“O Exército ataca o tempo todo. Eles têm tanques, mísseis, morteiros e artilharia. Até helicópteros dispararam contra nós. As pessoas não podem escapar porque o Exército está a cercar a cidade.”

O Observatório Sírio para Direitos Humanos, entidade sediada na Grã-Bretanha que tem uma rede de activistas em toda a Síria, disse que pelo menos 23 pessoas foram mortas, esta Segunda-feira, até o meio-dia, sete deles em Douma.

Num sinal de que teme que o conflito da Síria poderia aumentar ainda mais, uma fonte naval russa não-identificada disse que Moscovo estava a preparar-se para enviar fuzileiros navais para a Síria caso precisasse de proteger o seu pessoal e remover o equipamento de sua instalação naval no porto mediterrâneo sírio de Tartous, de acordo com a agência de notícias Interfax.

A Rússia é um dos mais ferrenhos defensores do governo sírio e apoia o argumento de Assad de que os terroristas ajudados por estrangeiros estão por trás da violência.

Moscovo tem repetidamente pedido aos países ocidentais e árabes, que na sua maioria apoiam os rebeldes, para refrear o seu apoio, a fim de conter a violência.

A indignação internacional com a Síria tem crescido nas últimas semanas depois de dois massacres relatados de quase 200 civis, a maior parte deles da maioria muçulmana sunita, que lidera a revolta.

Assad vem da minoria alauita, uma ramificação do islamismo xiita que na sua maioria apoia o presidente.

Combates mais pesados e aparentes assassinatos sectários levaram muitos, inclusive o chefe das forças de paz da ONU, a considerar a violência no país uma guerra civil.

Os esforços da comunidade internacional para acabar com a violência estão num impasse porque a Rússia e a China, ambos com poder de veto no Conselho de Segurança, bloquearam medidas mais duras contra Assad.

Eles dizem que a solução deve ser através do diálogo político, uma abordagem que a maioria da oposição síria rejeita. As potências ocidentais têm pressionado por medidas mais fortes contra Assad, cujas forças não só têm usado artilharia nas últimas semanas, mas também helicópteros contra os rebeldes em áreas civis.

O presidente dos EUA, Barack Obama, deve discutir a crise na Síria com o presidente russo, Vladimir Putin, quando encontrarem-se no México. Mas poucos observadores esperam um avanço.

O chefe da missão de observação da ONU, o general Robert Mood, deve informar, Terça-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas em Nova York sobre a violência na Síria.

A missão recentemente suspendeu as suas operações devido a preocupações de segurança, e Mood disse, Domingo, que estava preocupado com os civis presos em Homs.

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