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Forças do governo da Síria matam 13 pessoas

As forças sírias mataram pelo menos 13 civis no domingo, durante a continuação de um ataque militar na cidade de Homs e durante ataques a manifestações pró-democracia que irromperam depois das orações que marcaram o fim da principal festividade muçulmana, segundo relatos de ativistas. O primeiro-ministro do Catar pediu uma reunião da Liga Árabe, que acontecerá no próximo sábado, para avaliar o fracasso da Síria de implementar um acordo firmado com o grupo, para acabar com o derramamento de sangue, que começou com uma revolta popular contra o presidente Bashar al-Assad.

A agência oficial de notícias, MENA, disse que a reunião tratará “da crise de da violência na Síria e para discutir o fracasso do governo de cumprir as determinações firmadas pelo Plano de Ação Árabe, para por fim à crise do país.” Os líderes árabes aumentaram as críticas a Assad, à medida que os assassinatos aumentavam, mas estão evitando exigir uma mudança política radical, por temerem que o caos se instale no país, devido às voláteis divisões sectárias na Síria.

A Síria é dominada pelo partido minoritário de Assad, o Alawite, enquanto os muçulmanos Sunitas, formam a maioria. Damasco descreveu o aumento das críticas da Liga Árabe como improdutivas e baseadas em falsos relatos da mídia. Dizendo que a revolta começou, principalmente, devido a uma conspiração estrangeira que quer dividir a Síria, as forças de segurança estão usando meios legítimos para enfrentar os “terroristas” e os militantes islâmicos, que estão empenhados em destruir a reforma liderada por Assad.

Líderes da oposição dizem que os protestos são motivados pelo descontento geral com uma elite corrupta e repressiva, e não por extremistas violentos e que as promessas de reformas de Assad foram desmentidas pela sua continua repressão militar aos manifestantes.

A agência de notícias oficial da Síria, disse que Assad foi para a capital oriental da província de Raqqa no domingo, onde se juntou aos fiéis para as orações do Eid (fim do jejum do Ramadã) com “um grupo de notáveis e populares; cidadãos de organizações sindicalistas e do partido e uma multidão de moradores de Raqqa.” “A posição da Síria contra o terrorismo e a intervenção externa, é a base de estabilidade da Síria”, declarou Assad, segundo a agência de notícias SANA.

SEM TRÉGUA

A maioria das mortes de domingo, aconteceram em Homs, a 140 quilômetros ao norte de Damasco, onde um importante bairro estava sob bombardeio desde um dia antes das autoridades sírias que se reuniram no Cairo concordarem com o plano da Liga Árabe, na quarta-feira. De acordo com o plano, o exército deveria se retirar das cidades turbulentas, os prisioneiros políticos seriam libertados e as conversas com a oposição começariam em duas semanas.

As autoridades sírias proibiram a presença de praticamente toda a mídia não oficial, desde que a revolta contra os 41 anos de governo da família Assad e do seu partido o Baath, começou em março, dificultando a confirmação dos eventos e informações, por jornalistas independentes. Ativistas e residentes disseram que disparos feitos pelos tanques mataram, pelo menos, 13 civis e feriram dezenas de outros em Homs, no sábado.

No dia anterior, as forças de segurança mataram pelo menos 19 pessoas e feriram dezenas em toda a Síria, principalmente durante tiroteios durante manifestações. A mídia estatal negou a morte dos manifestantes na sexta-feira. Os líderes ocidentais pediram que Assad deixasse o caminho livre para uma sucessão democrática. Ele rejeitou os pedidos, chamando-os de interferência externa. Mas, devido à localização da Síria, os países do Ocidente não mostraram muita vontade de colocar em prática uma intervenção como os ataques aéreos da NATO, que foram fundamentais para a queda de Muammar Khaddafi, na Líbia.

Assad fortaleceu a sua aliança com os xiitas do Irã, iniciada por seu falecido pai, o presidente Hafez al-Assad, enquanto continua a sua política de evitar confrontos com Israel na fronteira das Colinas de Golã, depois do cessar-fogo de 1974. A oposição rejeitou até agora se reunir para conversações com Assad, enquanto a violência continuar e disse que a única maneira de restaurar a paz é a renúncia imediata do presidente. “Como podemos falar em diálogo, quando os sírios não podem se reunir, expressar uma opinião ou ideologia, sem estarem em perigo? Esses direitos devem ser garantidos para a participação em questões públicas”, disse o dissidente, Arfe Dalila, um proeminente economista que ficou preso por oito anos, depois de criticar uma concessão de telefonia móvel, que foi a um primo da Assad.

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