Os aviões de guerra sírios aumentaram a intensidade dos bombardeios contra alvos rebeldes, esta Terça-feira (30), depois do fim de uma trégua de quatro dias amplamente ignorada pelas forças do presidente Bashar al-Assad e insurgentes.
O enviado internacional para a crise na Síria, Lakhdar Brahimi, disse que vai prosseguir com os esforços de paz, apesar do fracasso do seu apelo por um cessar-fogo durante o feriado muçulmano do Eid al-Adha.
Não está claro como Brahimi pode conseguir qualquer compromisso aceitável para Assad, que parece determinado a manter o poder a qualquer custo, enquanto os rebeldes, na sua maioria muçulmanos sunitas, estão igualmente comprometidos com a sua intenção de derrubar o regime.
As grandes potências e os países do Oriente Médio estão divididos sobre como acabar com o conflito de 19 meses, que já custou estimadas 32 mil vidas, tornando-se uma das mais sangrentas entre as revoltas árabes que derrubaram líderes na Tunísia, Egito e Líbia.
A violência voltou a fazer vítimas, esta Terça-feira (30), quando a força aérea síria atacou na periferia da cidade central de Homs, onde os rebeldes sitiaram uma base do Exército, e na cidade ao norte controlada por rebeldes de Maarat al-Numan, que fica na estrada Damasco-Aleppo.
Os rebeldes têm lutado contra bases do Exército em al-Hamdanitya e Wadi al-Deif, na periferia de Maarat al-Numan.
Alguns activistas relataram que 28 civis foram mortos nos ataques aéreos recentes em Maarat al-Numan e divulgaram um vídeo mostrando homens a recuperarem o corpo de uma rapariga de um edifício derrubado.
O vídeo não pôde ser verificado de forma independente. Os militares atacaram e bombardearam Maarat al-Numan, a 300 quilómetros ao norte de Damasco, desde que os rebeldes tomaram-na, mês passado.
“Os rebeldes retiraram as suas posições dentro de Maarat al-Numaan desde que os ataques aéreos começaram. Eles estão na sua maioria na linha de frente sul da cidade”, afirmou o activista Mohammed Kanaan.
Maarat al-Numan e outras cidades sunitas no noroeste da província de Idlib são, na sua maioria, hostis ao sistema de Assad no poder, dominado por sua seita minoritária alauíta, uma ramificação do islamismo xiita.
Os aviões de guerra bombardearam novamente subúrbios orientais de Damasco e o Exército disparou pesadas salvas de morteiros no distrito de Hammouria, matando pelo menos oito pessoas, disseram os activistas.
Dois rebeldes foram mortos e 10 ficaram feridos em al-Mubarkiyeh, uma aldeia a seis quilómetros ao sul de Homs, onde os rebeldes localizaram um complexo que guarda uma instalação de manutenção de tanques, contaram os activistas.