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Fome reduz no país, mas ainda é alarmante

Moçambique ocupa o 68º lugar no Índice Global de Fome (GHI), situação considerada “extremamente alarmante”, segundo este Índice que, na sua edição deste ano, dá enfoque a crise financeira mundial e as desigualdades do género como os principais desafios da fome. Mas o país registou melhorias na sua classificação nos últimos 19 anos, tendo baixado de 35,9 pontos em 1990 para 25,3 pontos este ano (cálculos baseados com dados de 2007). De ponto de vista de severidade e vulnerabilidade, o índice coloca Moçambique e outros países como Índia, Madagáscar e Tanzânia, na classificação de média vulnerabilidade, estando outros países na de alta vulnerabilidade e baixa vulnerabilidade.

Este índice apresenta o “ranking” de 121 países numa escala de 100 pontos, onde o Zero é a melhor pontuação (inexistência de fome) e 100 a pior, usando os dados dos países de 1990 e 2007. Essas análises consideram diversos factores, com destaque para a proporção das pessoas desnutridas, prevalência da desnutrição e índices de mortalidade das crianças menores de cinco anos de idade, obedecendo os padrões das Nações Unidas.

Na verdade, nenhum dos casos extremos (Zero e Cem) foi encontrado em algum país. Assim, o relatório considera os níveis abaixo de 4,9 como reflectindo uma situação de “fome baixa”, de cinco a 9,9 como “fome moderada”, de 10 a 19,9 indica existência de “problemas sérios”, de 20 a 29,9 como “alarmante” e de 30 para adiante como sendo “extremamente alarmante”. Um comunicado de imprensa do Instituto de Pesquisa em Politicas Internacionais de Alimentação (IFPRI ), recebido pela AIM, indica que, no geral, 29 países do mundo tem níveis “alarmantes” ou “extremamente alarmantes” de fome e 13 outros melhoraram os seus níveis de fome desde 1990.

A República Democrática de Congo (RDC) tem a pior pontuação, de acordo com este índice, seguido pelo Burundi, Eritreia, Serra Leoa, Chade e Etiópia. “Outra novidade deste ano é que o relatório mostra que altos índices de fome estão fortemente ligados a questões de desigualdades do género, especialmente em termos de alfabetismo e acesso a educação, e sublinha que países são mais vulneráveis a crise económica global”, indica o comunicado.

“Os países de baixa renda estão sofrer severamente com a crise financeira”, explicou Klaus von Grebmer, coordenador do relatório e director de Comunicação do IFPRI, citado pelo documento. “Esta crise reduziu significativamente a capacidade de compra e as oportunidades de rendimentos para as famílias pobres que gastam até 70 por cento dos seus rendimentos em alimentos, enquanto em muitos países, os preços de alimentos continuam altos em relação a muitos anos atrás”, refere.

Este relatório foi lançado por ocasião do Dia Mundial de Alimentação, que se assinala sexta-feira.

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