O número de pessoas famintas no mundo caiu em mais de 100 milhões na última década, mas 805 milhões de pessoas, uma em cada nove no planeta, ainda não têm o suficiente para comer, disseram três agências mundiais de alimentos e agricultura, esta terça-feira (16).
Os esforços de governos para melhorar a nutrição ajudaram a colocar o mundo no caminho para a meta das Nações Unidas de cortar pela metade a proporção de pessoas famintas entre 1990 e 2015, disseram a agência de alimentos da ONU, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola e a o Programa Mundial de Alimentos.
“Um estudo sobre onde estamos na redução da fome e desnutrição mostra que o progresso na redução da fome em nível global mantém-se, mas também que a insegurança alimentar ainda é um desafio a ser vencido”, disseram no relatório.
“O Estado de Segurança Alimentar no Mundo”. Um progresso substancial no abastecimento de alimentos nos países como o Brasil melhorou os dados gerais e mascarou as lutas nos países como Haiti, onde o número de pessoas famintas aumentou de 4,4 milhões de 1990 a 1992 para 5,2 milhões de 2012 a 2014, disse o relatório.
Os países como Brasil e Indonésia já alcançaram a meta de desenvolvimento ao cortarem pela metade a proporção de desnutrição das suas populações, por meio de investimentos e políticas em áreas como agricultura e alimentação escolar.
Mas o relatório pediu mais esforços noutros lugares, especialmente na África subsaariana e no sul e no oeste da Ásia, para reduzir a fatia de população faminta nos países em desenvolvimento para 11,7 por cento, ante 13,5 por cento atualmente, até o fim de 2015.
Uma meta mais ambiciosa, de cortar pela metade o número absoluto de pessoas cronicamente desnutridas até 2015, foi cumprida por 25 países em desenvolvimento desde 1990, mas não houve tempo suficiente para todo o mundo alcançar esse objectivo, disse o relatório.