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Fome crónica afecta 300 mil pessoas em Moçambique

Perto de 300 mil pessoas, das quais o grosso depende da agricultura para sobreviver, passam fome crónica, em diferentes pontos do território moçambicano, segundo o ministro da Agricultura, José Pacheco. O governante, que falava esta quinta-feira (20) na XII Reunião do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Maputo, disse que para ultrapassar o problema, Moçambique, a África e o mundo em geral não devem depender da chuva e de outros factores naturais porque não oferecem garantias de produção.

José Pacheco indicou que o Governo tem estado a tomar medidas para estimular a produção agrícola e outras actividades com impacto na economia, através da concessão de empréstimos com taxas de juro baixos junto à banca. Entretanto, ele admitiu que ainda há pouco trabalho com vista a ultrapassar a dependência ao meio ambiente.

Hélder Muteia, representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no brasil, disse que em todo mundo, cerca de 842 milhões de cidadãos – uma em cada oito pessoas – são flagelados pela desnutrição crónica, sendo que as regiões da África Subsariana e do sul da Ásia são as mais afectadas.

Num outro desenvolvimento, Hélder Muteia defendeu que não se justifica que Moçambique, por exemplo, tenha redes de telefonia móvel nas zonas mais recônditas e, nos mesmos lugares, haja gente sem um prato de comida e, em consequência disso esteja condenada a uma vida miserável, despojados de direitos e valores morais, sociais e à morte inglória. E desafiou a CPLP a sentir-se coagida a aumentar a produção.

O Primeiro-Ministro moçambicano, Alberto Vaquina, apelou para que sejam tomadas medidas urgentes que rompam o ciclo de injustiça alimentar, que leva cerca de 28 milhões de africanos a enfrentarem um grave défice de nutrientes indispensáveis para o crescimento equilibrado das crianças, o que afecta a sua capacidade de aprendizagem na escola.

 

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