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FMI volta a pedir a redução da dívida pública dos países ricos

O Fundo Monetário Internacional (FMI) lançou esta sexta-feira um novo chamado à redução da dívida pública, alertando sobre riscos fiscais em aumento nas maiores economias mundiais e esboçou alguns conselhos para seus Estados-membros. “Os riscos fiscais aumentaram, particularmente nas economias desenvolvidas”, afirmou o FMI na terceira edição de seu “relatório de supervisão orçamentária multinacional”.

Segundo as previsões, a dívida pública média dos países do G20 passaria de 76,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 para 82,2% em 2014, contra 80,2% e 85,9%, respectivamente, previstos em novembro. No entanto, “ainda que a atividade mundial esteja recuperando-se mais rapidamente que o projetado anteriormente, as perspectivas não melhoram nas mesmas proporções”, lamentou o FMI. “Níveis elevados de endividamento público poderão pesar sobre o crescimento econômico durante anos”, completou.

O órgão estima, também, que se os países desenvolvidos não retornaram ao nível de endividamento de antes da crise de 2008-2009, seu potencial crescimento “poderá diminuir mais de 0,5% ao ano, um efeito realmente considerável caso seja acumulado durante vários anos”. Enquanto em novembro o fundo tinha como meta uma redução do déficit fiscal para o equivalente a 8% do PIB nos países desenvolvidos nos próximos 20 anos, agora elevou essa meta para 8,75%¨. “Os mercados prestam muita atenção aos processos fiscais”, afirmou em uma coletiva de imprensa em Washington o diretor de assuntos orçamentários do FMI, Carlo Cottarelli.

Isso exigirá decisões complexas. “Será necessário um consenso político suficiente para colocar em prática medidas consideradas difíceis, mas isso já ocorreu no passado”, explicou Cottarelli. O FMI reiterou sua estratégia: reduzir os gastos por habitante (excluindo o efeito de envelhecimento da população) e reformar o sistema fiscal para “obter receitas adicionais de forma mais eficaz e equitativa”. Alguns conselhos são válidos para todos, como limitar – ou inclusive congelar – o aumento dos salários dos funcionários públicos, ou onerar mais o setor imobiliário.

Outros diferem, de acordo com as situações em particular. Na Europa, o FMI centra o esforço nos gastos sociais. Também propõe aumentar a idade de aposentadoria em dois anos. Para os Estados Unidos, os impostos sobre o combustível poderão ser aumentados em 30 centavos e deverá ser criado um imposto federal ao consumo (IVA) de 10%. No Japão, onde o IVA é muito baixo, este poderá ser duplicado.

A persistência de déficits públicos elevados, que obrigam os Estados a se endividar em um nível sem precedentes, foram, desde o início do ano, causas de fortes perturbações nos mercados financeiros mundiais, convertendo-se em um dos temas mais sensíveis do debate político. “Não preciso me estender muito sobre isso: os mercados prestam mais atenção aos processos orçamentários”, afirmou em uma coletiva de imprensa em Washington o diretor de assuntos fiscais do FMI, Carlo Cottarelli.

Depois de ter elevado duas vezes as previsões de crescimento, em janeiro e em abril, o FMI ampliou as estimativas relacionadas aos déficits e à dívida pública das maiores economias mundiais.

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