O Fundo Monetário Internacional (FMI) anuncia hoje, em Maputo, a concessão do seu primeiro crédito não concessional a Moçambique para financiamento de diversos projectos de construção de infra-estruturas e para fazer face a choques exógenos resultantes da crise financeira mundial.
“O novo programa, com a duração de três anos, implicará novos desafios de política macroeconómica, uma vez que o Governo pretende acelerar os investimentos em infra-estruturas, em parte financiados por créditos não concessionais”, explica o FMI em nota de Imprensa enviada ao Correio da manhã.
Recentemente, o ministro das Finanças, Manuel Chang, revelou ao jornal que o seu Governo estava em negociações com vários credores não tradicionais, ou seja, instituições financeiras privadas estrangeiras para concessão de financiamentos a taxas elevadas que rondam entre 1% e 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Chang garantiu que o recurso àquele tipo de fontes não irá agravar a dívida externa moçambicana porque “será avaliado em função das prioridades para a realização de projectos de investimento com taxas de retorno económico e financeiro elevadas e com capacidade de gerar rendimentos para sustentar a amortização dos créditos contraídos”.
Sabe-se, entretanto, que, em Novembro de 2009, o Banco Mundial concedeu a Moçambique cerca de 110 milhões de dólares norte-americanos para viabilização da segunda fase do Programa de Acção para Redução da Pobreza (PARPA II) e ajudar o país a lidar com os efeitos da crise financeira mundial.