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Flavio Briatore: a queda do poderoso milionário da F1

Flavio Briatore: a queda do poderoso milionário da F1

Flavio Briatore, que está deixando a Renault-F1 após ser acusado de ter organizado um acidente no Grande Prêmio de Cingapura 2008, é um milionário sedutor, mas que também fez sólidas inimizades no circuito por sua falta de escrúpulos e suas declarações desenfreadas.

Nascido em 1950 na Itália, ele é sem dúvida o único chefe de equipe a dizer que não gosta de Fórmula 1: “Não gosto de F1”, declarou certa vez. “Gosto do trabalho que faço. Gosto do produto que fabrico. Gosto das pessoas com quem trabalho”. Alguns, nos bastidores da F1, questionam seu “amor” pelas pessoas, mas é verdade que tem talento para descobrir os melhores: agente de Nelson Piquet Jr. (antes de sua recente briga) e de Fernando Alonso, foi também o primeiro a identificar Michael Schumacher, desde seu primeiro Grande Prêmio e a contratá-lo para levá-lo à Benetton, que dirigia na época.

Empresário riquíssimo – as festas que ele organiza todo verão em sua danceteria Le Billionnaire estão entre as mais concorridas da península -, tem três títulos de campeão do mundo de construtores como chefe de equipe: 1995 com Benetton, em 2005 e 2006 com Renault. A vida profissional Briatore iniciou no império do prêt-à-porter de Luciano Benetton.

E foi Benetton, depois de ter comprado uma escuderia de F1 em 1989, quem lançou Briatore no mundo da corrida automobilística, dando a ele a direção da nova equipe. Ele não conhecia nada de Fórmula 1 ao chegar aos circuitos, mas muito eficaz, ele conseguiu formar uma ótima equipe, competitiva, e atrair rapidamente a atenção de todos. Diretor da Benetton, Flavio Briatore começou então a ampliar sua influência, a tal ponto que começaram a dizer que ele seria o sucessor de Bernie Ecclestone à frente do império F1.

Assim que a aventura Benetton terminou, Briatore continuou seu caminho na F1 pela Renault, assumindo a escuderia francesa em 2002. Nos últimos anos, o poderoso chefe de equipe, cuja lista de conquistas femininas parece um desfile de moda, acabou irritando muita gente. Transportando-se por helicóptero ou jatinho particular, ou ancorando seu iate no porto de Mônaco, ele tinha costume de deixar os circuitos antes mesmo do fim das corridas, sem saber o resultado.

Ele não se preocupava em ser diplomático: quando os Brawn GP monopolizaram as vitórias no início da temporada, ele questionou o valor de seus pilotos, com palavras pouco delicadas. “É um piloto que estava quase aposentado e um outro, grande garoto, mas lento como um poste, que disputavam o campeonato”, disse à imprensa italiana sobre Rubens Barrichello e Jenson Button. Estas críticas, e muitas outras, lhe valeram a hostilidade de Max Mosley, o poderoso presidente da FIA.

Briatore caiu por ter tentado roubar, mas também porque ele perdeu seu braço de ferro com o clã Piquet, e porque alguns de seus inimigos tinham provavelmente interesse em organizar “vazamentos” sobre o caso de Cingapura para colocá-lo em dificuldades.

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