Filipe Azarias Nhansavele entra na arena musical em 1985. De uma família de músicos, Filipe é o mais novo dos quatro irmãos que enveredaram pelo mesmo caminho da música, seguindo as pegadas do pai. Em 1992 lança seu primeiro album entitulado “Dulho volume 1”, em 1993 lança o album “Dulho volume 2”, gravado e editado pela Rádio Moçambique, em 1997 lança o disco “Xirema” e “In Trevas” em 2002 editado pela J & B Recoording.
Questionado sobre o seu aparente interregno, Nhansavele respondeu que nunca esteve parado, simplesmente não faz o que muitos músicos fazem que é procurar a imprensa para poder se popularizar. “O meu trabalho está a andar e não preciso de estar constantemente nos órgãos de informação para me fazer sentir, há muita gente que sabe de que o Filipe Nhansavele nunca esteve parado”, referiu, para depois adicionar que grava um tema por ano e que devido à exigência dos seus fãs está a preparar um disco compacto das suas melhores músicas e algumas inéditas, para colocar no mercado. Sem avançar datas o músico disse que está a negociar com certos empresários de modo aconseguir suporte financeiro para a reprodução do seu disco.
Para o nosso interlocutor o cenário musical nacional está a evoluir no sentido de criação de condições de gravação e divulgação, mas há ainda um grande défice em termos de qualidade. “Nós estamos a importar muita música mas não estamos a exportar porque maior parte do que se faz no nosso país não tem qualidade para exportação, agora faz-se muito a música programada e não há execussão. Isso mata a música”.
Com mais de vinte anos de carreira o músico considera que é possível viver de música em Moçambique, como é o caso dele, “vivo de música, mas não só de espectáculos, dou aulas particulares de música a novos talentos e estou envolvido em alguns projectos ligados à música, como é o caso do projecto Top Lable que será lançado no próximo mês”, revelou Nhansavele.
Sobre o conflito entre a nova e velha gerações de músicos moçambicanos, Nhansavele foi cauteloso, dizendo que não existe conflito, mas certos órgãos de informação é que estão atiçar rivalidades entre os músicos.O nosso entrevistado considera os músicos Stewart Sukuma, José Mucavel e Salimo Mohamed, como sendo na sua opinião as actuais referências da nossa música.
Filipe Nhansavele é secretario geral da Associação dos Músicos Moçambicanos, é coordenador da casa da cultura do Infulene e está a frequentar o terceiro ano do curso superior de música na Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane.