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Festival na China cumpre apenas parcialmente proibição de venda carne de cão

A cidade de Yulin, no sudoeste da China, realizou nesta quarta-feira o festival anual de carne de cachorro sob forte vigilância, depois que a lei que proíbe a venda deste tipo de carne no país entrou em vigor na semana passada, apesar de estar sendo cumprida apenas parcialmente, de acordo com activistas.

Conforme um comunicado da Humane Society International (HSI), um dos grupos lideram a luta contra esse comércio na China, ontem vários activistas constataram a Polícia de Yulin obrigando vendedores a fechar seus comércios. As inspecções feitas entre fortes medidas de vigilância – após os enfrentamentos que aconteceram na última edição – ocorreram porque no último dia 15 entrou em vigor a lei que proíbe a venda de carne de cachorro em restaurantes, mercados e outros comércios da China.

A medida, que foi anunciada por grupos de protecção dos direitos animais em meados do mês de maio, foi implantada seis dias antes do maior festival anual de carne de cachorro do país. “É encorajador ver as autoridades de Yulin aplicando o compromisso de proibição. Demonstra que, ainda que não seja a medida perfeita, está tendo um impacto verdadeiro”, disse à Agência Efe Peter Li, analista político da HSI na China.

No entanto, ainda de acordo com a entidade, perante o descontentamentos dos comerciantes com a normativa – a maioria do mercado de Nanqiao -, as autoridades fecharam um acordo “de última hora” que permite que cada loja venda dois cães no máximo.

Segundo a organização, vários activistas chineses que acompanharam o início da implantação da lei no mercado de Dongkou disseram que o volume de carne à venda era “muito inferior” ao de anos anteriores, quando cerca de 3 mil cães eram sacrificados.

Por sua vez, o Departamento de Promoção de Yulin afirmou na semana passada em declarações ao jornal “Beijing News” que o festival “não é oficial” e que o município “não tomou qualquer passo para proibir a venda de carne de cão”.

“Com certeza todos queremos ver o fim total e imediato da venda de carne de cão em Yulin, mas sempre fomos cientes de que isso não vai ser tão simples quanto apagar uma luz”, ponderou Li.

O festival de Yulin, que acontece todos os anos para celebrar o solstício de verão, não é – ao contrário da crença popular – uma tradição arraigada na sociedade chinesa. O evento foi criado em 2010 pelos próprios comerciantes para incrementar as vendas, que estavam em baixa.

Segundo dados de HSI, de 10 a 20 milhões de cães são sacrificados na China todos os anos para o consumo humano, uma prática que, por enquanto, não é ilegal no país, mas que grupos que defendem os animais levam anos tentando erradicar.

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