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Ferroviário da Beira é bicampeão nacional de basquetebol

Ferroviário da Beira é bicampeão nacional de basquetebol

Foi necessário chegar-se à terceira partida de modo a encontrar-se o vencedor da temporada 2013/2014 do Campeonato Nacional de Basquetebol sénior masculino, prova que decorreu entre os dias 15 de Maio e 01 de Junho na cidade de Maputo. O Ferroviário da Beira revalidou o título e a principal estrela daquela equipa, o norte-americano Jeffrey Fanhbulleh, conquistou todos os prémios individuais.

No primeiro dos três “play-off”, disputado na noite da última quinta-feira (30) no pavilhão do Maxaquene, os dois conjuntos entraram bastante nervosos, factor que contribuiu para um arranque fraquíssimo da tão esperada final da Liga Nacional de Basquetebol. A dois minutos do fim deste período, o Ferroviário de Maputo havia excedido o limite máximo de faltas permitidas, uma contrariedade que a locomotiva do Chiveve não soube explorar devidamente, tendo, por isso, saído a perder por um ponto.

O confronto começou a ganhar alguma intensidade na segunda etapa, na medida em que ambos os conjuntos procuraram, com ousadia e muita mestria à mistura, marcar o maior número de pontos possível. Contudo, o talento individual foi decisivo para o efeito, tendo-se destacado o norte-americano e poste do Ferroviário da Beira, Kejuan Johnson, que colocou a sua equipa a vencer por 31 a 27 até ao intervalo. A perder por quatro pontos, a turma locomotiva da capital do país correu atrás do prejuízo no terceiro período, mas a determinação dos irmãos Novela, liderados em campo por Custódio Muchate, não conseguiu travar a pujança dos treinados por Luís Hernandez.

A vantagem dos beirenses passou de quatro para nove pontos até ao trigésimo minuto do encontro. Decididos a vencer este desafio, os jogadores do Ferroviário da Beira regressaram concentrados aos derradeiros dez minutos do confronto e não se deixaram abalar pelo jogo exterior da equipa adversária. O resultado final foi de 72 a 62, a favor do conjunto do Chiveve, numa noite em que o norte-americano Jeffrey Fahnbulleh se destacou ao marcar um total de 21 pontos. O poste do Ferroviário de Maputo, Custódio Muchate, teve o maior número de ressaltos desta partida, que foi de 17.

Ferroviário da Beira deixou cair o título no segundo confronto

No segundo “play-off” desta final, o Ferroviário de Maputo não deixou o conjunto do Chiveve repetir a festa feita em Dezembro de 2012, aquando da conquista da última edição da Liga Nacional de Basquetebol no pavilhão do Desportivo. Apesar de os pupilos do espanhol Luís Hernandez terem demonstrado espírito de combate durante a etapa inicial, o Ferroviário de Maputo entrou motivado e saiu ao primeiro interregno a vencer por 14 a 13. A estrela principal da equipa do Chiveve, o norte-americano Jeffrey Fanhbulleh, marcou seis pontos.

Com a partida, em termos de ataques, dividida, mas também muito animada na segunda etapa, não fugindo muito dos acontecimentos do primeiro “play-off”, os campeões nacionais em título deram a cambalhota no marcador ao marcarem 18 pontos contra apenas 13 do adversário, o que encerrava uma desvantagem de quatro pontos do Ferroviário de Maputo. O jogo esteve ainda mais electrizante no terceiro tempo quando, durante os dez minutos, a superioridade do Ferroviário da Beira rondava entre oito e dez pontos, tendo ficado nos nove ao fim desta etapa. Ou seja, o conjunto de Luís Hernandez, à entrada do último período, vencia por 53 a 44.

Quando os jogadores da locomotiva do Chiveve se queixavam de problemas físicos nos últimos dez minutos, Luís Hernandez não conseguiu encontrar alternativas no banco o que, para todos os efeitos, descaracterizou o jogo desta equipa. O Ferroviário de Maputo soube tirar proveito a ponto de dar a volta ao marcador, mercê da rodagem feita por Horácio Martins, tendo vencido por 74 a 61. Ainda assim, Jeffrey Fahnbulleh sagrou-se o homem do jogo ao registar 21 pontos e 16 ressaltos.

A terceira foi de vez para os beirenses

Foi um confronto em que os pupilos de Luís Hernandez estiveram sempre à frente no marcador, apesar da forte oposição exercida pelo Ferroviário de Maputo que vinha para este desafio moralizado, depois da vitória que forçou à realização do terceiro “play-off”. No primeiro período, os beirenses conseguiram impor o seu poderio dentro da quadra, beneficiando da falta de concentração do conjunto adversário que não soube travar as investidas de Ismael Nurmamad e colegas.

O Ferroviário da Beira venceu esta etapa do jogo com o parcial de 23 a 09. Nos dez minutos subsequentes, os pupilos de Horácio Martins decidiram mudar de postura. Recorreram ao talento do poste Custódio Muchate que, mesmo sem marcar, conseguiu abrir espaços na defensiva contrária para que os seus companheiros pudessem pontuar sem muitos problemas. No parcial, o Ferroviário de Maputo venceu por 18 a 13, mas não o suficiente para impedir a vantagem de nove pontos no agregado da primeira parte.

No reatamento, a equipa da capital, no lugar de dar continuidade à atitude que manifestou durante a terceira etapa, em que lutava para descompactar a defensiva contrária, decidiu optar pelos lançamentos na linha dos 6, 25 metros, com o desejo de fugir à “teia” do Chiveve. Porque é sempre difícil lançar a bola para a tabela a grande distância, o máximo que o Ferroviário de Maputo soube fazer, com esta postura, foi reduzir a desigualdade de nove para sete pontos, entrando no derradeiro período a perder por 50 a 43.

Nos últimos dez minutos, a experiência dos “maquinistas” da zona centro veio à tona, na medida em que estes forçaram o adversário a cometer muitas falhas, o que culminou com a expulsão, por terem atingido o limite de faltas, de Custódio Muchate e Francisco Macaringue, duas pedras basilares nas manobras ofensivas do Ferroviário de Maputo. Neste período, o Ferroviário da Beira marcou 21 pontos contra 19 do seu homónimo de Maputo, vencendo a partida por 71 a 62. Por ter apontado 26 pontos e protagonizado 13 ressaltos, Jeffrey Fahnbulleh foi eleito o homem do jogo.

Jeffrey Fahnbulleh arrecadou todos os prémios individuais

O norte-americano e base do Ferroviário da Beira entrou para a história do basquetebol moçambicano ao arrecadar todos os prémios individuais da Liga Nacional de Basquetebol sénior masculino. Jeffrey Fahnbulleh conquistou os galardões correspondentes ao Jogador Mais Valioso (MVP), Melhor Marcador e Melhor nos Ressaltos.

 

As reacções dos intervenientes

Luís Hernandez, treinador do Ferroviário da Beira

“Estão de parabéns os meus jogadores pela grande partida que fizeram. Conseguimos anular o ponto forte do nosso adversário que é o jogo exterior. Diria, até, que esse foi o nosso grande segredo para este triunfo. O Ferroviário de Maputo batalhou muito para ganhar este título. Mas, infelizmente, só uma equipa poderia vencer. Somos os campeões e temos a responsabilidade de voltar a representar o país na Taça dos Clubes Campeões de África, em que pretendemos atingir a fase de grupos”.

Gerson Novela, treinador adjunto do Ferroviário de Maputo

“Estamos tristes por termos perdido esta final. Pelo trabalho que vínhamos fazendo desde o início da época, nós merecíamos outra sorte. Mas é preciso dar os parabéns aos meus jogadores que, apesar da juventude, mostraram que são grandes homens. Perdemos, mas somos os grandes vencedores na medida em que, sem nenhum estrangeiro na equipa, provámos que praticamos o melhor basquetebol do país. O que nos resta é erguermos a cabeça e trabalharmos para as próximas provas”.

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