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Feiras ambientais mudam gestão dos resíduos sólidos

As Feiras do Ambiente estão a moldar, de forma gradual, uma abordagem diferente em relação ao tratamento dos resíduos sólidos urbanos (lixo), mas, segundo o Fundo Nacional do Ambiente (FUNAB), e’ necessário haver maior envolvimento da sociedade.

O Presidente do Conselho de Administração (PCA) do FUNAB, Casimiro Huate, disse na segunda-feira, em Maputo, numa conferência de imprensa, estar satisfeito com as novas abordagens mostradas pelas comunidades no tratamento e aproveitamento dos resíduos sólidos urbanos no país.

Huate, que anunciava publicamente a realização da 3/a Edição da Feira do Ambiente, a ter lugar a partir de quinta-feira até sábado próximos, na cidade da Beira, capital da província central de Sofala, afirmou que as duas últimas edições contribuíram bastante à divulgação das boas práticas ambientais.

As boas práticas consistem fundamentalmente na preservação do meio ambiente, através da deposição recomendada dos resíduos sólidos, isto é, separar o lixo por variedade, evitar espalhalo, sobretudo em lugares como os cursos de água que ele pode causar a contaminação, colocando em risco os que dele dependem para conseguir o precioso líquido.

As boas práticas, segundo o presidente, têm contribuído tanto para a boa saúde do meio ambiente, bem como para a geração de renda das famílias e das comunidades que vêm usando os sábios ensinamentos transmitidos nas anteriores edições das feiras ambientais.

“As feiras ambientais estão a moldar, pouco a pouco, uma nova consciência na sociedade moçambicana em relação a gestão, tratamento e aproveitamento de resíduos sólidos urbanos”, disse Huate, frisando, no entanto, que melhores resultados só serão possíveis quando o envolvimento da sociedade for muito mais abrangente.

A edição 2010 da feira, a decorrer na cidade da Beira, tem como lema “Reduzir, Reutilizar e Reciclar na Geração da Renda”, cujo objectivo é consciencializar ainda mais a sociedade sobre boas práticas a tomar na preservação, protecção e defesa do ambiente. As feiras, realizadas em uma periodicidade anual, tendo as duas primeiras tido lugar em 2007/08, dotaram muitas comunidades de conhecimentos para gerar a sua própria renda, bem como para uma educação colectiva sobre a preservação do meio ambiente.

Huate apontou, a título ilustrativo, que o país produz grandes quantidades de resíduos sólidos de origem diversificada e desta pluralidade de “matéria-prima” pode ser extraído o papel, plástico, tecido que, após a transformação, podem ser novamente revendidos no mercado a preço lucrativo.

Aliás, foi graças as duas primeiras feiras ambientais que existem hoje, no país, uma pequena indústria de produção de fertilizantes, embora a título experimental, que tem como matéria-prima os restos de comidas recolhidos de estabelecimentos hoteleiros.

O FUNAB decidiu, segundo Huate, levar a edição 2010 para a cidade da Beira, por ser uma parte do país, onde existem sérios problemas ambientais e a realização da feira pode ajudar os residentes daquela urbe a encarar os grandes desafios ambientais ali persistentes. A feira do ambiente será complementada por um ciclo de 15 palestras que terão como oradores pessoas de reconhecida experiência na abordagem de assuntos ambientais.

As cidades de Maputo, capital do país, e Beira são as que mais lixo produzem:1200 e 500 toneladas por dia, respectivamente. Estima-se em 34 o número de expositores das províncias de Maputo, Gaza, Tete, Cabo Delgado, assim como vários outros da província anfitriã.

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