A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) pediu nesta segunda-feira à comunidade internacional que melhore a gestão do setor florestal diante da nova conjuntura econômica e da mudança climática.
“Adaptar as instituições florestais às rápidas mudanças do meio ambiente é um grande desafio”, lembrou Jan Heino, diretor geral adjunto do departamento florestal da FAO. “É preciso reinventar órgãos públicos no setor florestal porque eles têm sido lentos na hora de se adaptar à mudança de necessidades de seus clientes”, comentou o dirigente da entidade.
A agência da ONU, que tem sede em Roma, apresentou nesta segunda-feira um relatório sobre a situação das florestas do mundo.
“A situação inclui os seguintes aspectos: de um lado, um aumento da superfície florestal em algumas regiões e, de outro, uma diminuição das áreas de floresta”, segundo o relatório.
Para a FAO, a demanda mundial de produtos e serviços ambientais deve aumentar nas próximas décadas em todo o mundo. As políticas energéticas e as relacionadas à mudança climática “levam ao aumento do uso da madeira como fonte de energia, embora esta tendência possa ser afetada pela recente crise econômica”, destacaram especialistas das Nações Unidas.
“A contração dos setores econômicos formais abre cada vez mais oportunidades para o crescimento do setor informal, o que pode provocar um aumento dos cortes ilegais de florestas “, advertiu a FAO. “Uma atenção maior ao desenvolvimento verde pode supor uma nova orientação para o desenvolvimento do setor florestal”, afirmaram.
“Plantar árvores, aumentar os investimentos em gestão florestal sustentável, uma promoção ativa da madeira na construção com critérios ambientais e energias renováveis, devem ser parte integral do desenvolvimento verde”, sugere o relatório da FAO.
Os especialistas da entidade analisaram a situação atual das florestas do mundo por continentes. “Na América do Sul, o ritmo do desmatamento não deve diminuir num futuro próximo, apesar da baixa densidade da população do continente”, afirmaram.
“Os altos preços dos alimentos e do combustível favorecem o corte das florestas para dedicar o terreno à criação de gado e aos cultivos comerciais destinados a alimentos e biocombustíveis”, destacou a FAO no documento.
“Na África, a diminuição das florestas continuará a ritmo atual”, indicou o relatório, elogiando a Europa pela “política bem desenvolvida de proteção ao meio ambiente”. Na Ásia e no Pacífico, onde vive a metade da população mundial, com alguns dos países mais populosos do planeta, a demanda de madeira e produtos madeireiros deve continuar aumentando.