Faleceu no princípio da noite desta sexta-feira(08), vítima de doença, Joaquim João Fernandes, o Jóta-Jóta, “crónico” capitão do Ferroviário de Maputo e da selecção de futebol de Moçambique, um dos maiores e mais carismáticos defesas-centrais de todos os tempo no nosso país.
Nascido em Mopeia, na província da Zambézia, há 64 anos, Jóta-Jóta marcou uma época e um estilo. Foi um regalo para quem o viu jogar, nos períodos áureos do nosso futebol pós-independência. A sua arma principal? A antecipação e a “adivinhação” dos lances. Mas tudo feito com estilo e elegância, evitando sujar os calções, segundo o jornalista desportivo Renato Caldeira.
Ao longo cerca de 20 anos de carreira, as suas qualidades de atleta íntegro e cidadão dedicado, valeram-lhe a medalha Nachingweia, Uma vez penduradas as botas, Joaquim João abraçou a carreira de treinador, exercendo com a mesma entrega as novas funções a que se propôs. Já foi adjunto nos Mambas e treinador principal em diversos clubes, da capital e do resto país tendo terminado a carreira a orientar o Ferroviário de Inhambane.
Não considerou uma despromoção, pois “O que importa é levar as ricas experiências acumuladas, a todos os cantos do país onde se jogue futebol” disse.
O que ele não entendia mesmo, é como no seu tempo ficava, nos dias que antecediam os grandes jogos, totalmente em estado de tensão, absorvido a pensar no que poderia acontecer na partida em questão. Hoje, muitos dos seus jogadores até descem ao relvado para o aquecimento, munidos de “fones” para ouvirem música! Sinais dos novos tempos…