As forças da junta militar de Mali enfrentaram tropas leais ao presidente deposto Amadou Toumani Toure em várias partes da capital Bamako pelo segundo dia, esta Terça-feira, forçando os moradores a fugirem de suas casas.
A junta afirmou que os embates, que começaram no final da Segunda-feira, são uma tentativa de reverter um golpe em 22 de Março que derrubou Toure e teve o apoio de combatentes estrangeiros.
Mais de 15 pessoas foram mortas, de acordo com fontes médicas. O golpe, que arruinou as eleições em Abril que deveriam definir o substituto de Toure, foi criticado internacionalmente.
O bloco regional do oeste africano ECOWAS afirmou que planeia organizar uma força para supervisionar uma transição de volta ao comando democrático.
Falando a uma rádio local à noite, o chefe da junta, capitão Amadou Sanogo, afirmou que os embates começaram depois de ele ter mandado algumas unidades ao quartel da guarda presidencial para lhes dizer que as forças do país devem permanecer unidas.
“Durante a conversa com os meus homens e os soldados, alguns deles decidiram enfrentar-nos duma vez por todas”, disse ele.
“Eles tentaram tomar Kati (base do Exército), assumir o controle da rádio, da televisão e do aeroporto. Mas nós estávamos preparados. Conseguimos matar alguns e capturar outros. Entre os capturados, existem soldados estrangeiros que vamos mostrar na TV.”
Uma autoridade dos serviços de emergência do hospital Gabriel Toure, em Bamako, afirmou que contaram 11 mortos por tiros e cerca de 30 feridos até à noite da Segunda-feira. Outro médico num hospital de Kati afirmou que contou quatro mortos.
