Soldados libaneses enfrentaram atiradores islâmicos sunitas na cidade de Sidon pelo segundo dia consecutivo, esta Segunda-feira (24), num dos mais mortais surtos de violência alimentada por desentendimentos sectários sobre a guerra civil na vizinha Síria.
Uma fonte de segurança libanesa disse que um cessar-fogo havia sido acordado entre os dois lados na tarde da Segunda-feira e o som de tiros cessou. O Exército permaneceu nas suas posições ao redor do complexo da mesquita da cidade.
O Exército disse que 12 soldados foram mortos em confrontos que eclodiram no Domingo, depois de as forças de segurança terem detido um seguidor do clérigo radical sunita Sheikh Ahmed al-Assir. Os seus apoiantes reagiram abrindo fogo contra um posto de controle do Exército.
O Exército prometeu eliminar as forças de Assir, acusando-os de tentar mergulhar o Líbano numa repetição da sua guerra civil de 1975 a 1990. O contágio do conflito sírio já resultou em combates mortais nas ruas da cidade de Trípoli, no norte do país, e em ataques com foguetes em Beirute e no vale do Beka.
As fontes das forças de segurança estimam o número de mortos do Exército em 17, com 65 feridos. Não foi possível verificar o número de vítimas entre os combatentes de Assir, embora as fontes de segurança acreditem que mais de 20 dos seus homens também tenham sido mortos.
Um deles disse que o próprio Assir foi ferido. O comissário do Líbano para o tribunal militar, juiz Sakr Sakr, disse que Assir tinha sido convocado “para ser julgado, juntamente com 123 dos seus seguidores, inclusive o seu irmão e Fadil Shaker”, um famoso cantor libanês que abandonou a sua carreira para se juntar ao grupo ultraconservador de Assir.
Os soldados cercaram a mesquita no leste de Sidon, onde as forças de Assir estavam baseadas. A mesquita foi fortemente danificada nas 24 horas de trocas ferozes de foguetes e tiros.