O ex-Presidente sul-africano, Thabo Mbeki, apelou esta terça-feira às nações africanas para respeitarem os direitos dos Zimbabweanos de escolherem o seu próprio líder e permitirem-lhes encontrarem as suas próprias soluções para os seus problemas.
Mbeki, que facilitou a conclusão dum acordo de paz no Zimbabwe em 2008, fez estes comentários depois de o Botswana, que partilha fronteiras com o Zimbabwe e a África do Sul, ter declarado que pressionará os líderes da África Austral para obter uma auditoria das eleições. Ele aludia às declarações do chefe da diplomacia do Botswana, Phandu Skelemani, segundo as quais o seu país está preocupado com inconformidade da votação com as normas estabelecidas pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), e e, por isso mesmo, os resultados definitivos não podem ser reconhecidos como justos, transparentes e credíveis.
Mbeki notou que havia “uma campanha intensa” no mundo para desacreditar as eleições da semana passada antes mesmo que elas se realizassem. Através do acordo de 2008, Mbeki conseguiu levar o líder da oposição zimbabweana, Morgan Tsvangirai, cessar o seu exílio que se impunha na África do Sul e integrar um Governo de União Nacional com a ZANU-PF (União Nacional e Africana do Zimbabwe e Frente Patriótica) do chefe do Estado, Robert Mugabe.
Na altura, Mbeki advertira dum desabamento do Zimbabwe que seria desatroso para a África do Sul. “Não podemos deixar um caos total instalar-se. Eu não sei como poderíamos fazer face”, preveniu.
A África do Sul felicitou o Presidente Mugabe pela sua eleição, enquanto o Movimento para a Mudança Democrática (MDC-T) de Tsvangirai rejeitou os resultados, denunciando irregularidades do escrutínio mas também inscrições nas listas eleitorais antes destas novas eleições. Os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália condenaram igualmente os resultados das eleições no Zimbabwe que, a seu ver, não traduzem a vontade do povo zimbabweano.