Um ex-funcionário da prisão cambojana de Tuol Seng sob regime do Khmer Vermelho contou esta terça-feira as técnicas que lhe foram ensinadas par que pudesse arrancar confissões dos prisioneiros.
Prak Khan, de 58 anos, testemunhou no processo de crimes de guerra e contra a humanidade iniciado em março contra Kaing Guek Eav, o “Duch”, de 66 anos, acusado de ter supervisionado a execução de 15.000 pessoas na prisão de Tuol Sleng, conhecida também pelo nome de S-21, durante o regime ultrancionalista do Khmer Vermelho (1975-1979) sob comando de seu líder máximo, Pol Pot.
“Eles ensinavam-nos a torturar os presos sem deixá-los morrer, pois se morressem, ficávamos sem a confissão e então éramos castigados”, relatou Khan.
“Os presos também não podiam gritar, chorar, praguejar ou falar slogans políticos”, acrescentou. Cerca de dois milhões de pessoas, cerca de um 25% da população cambojana, morreram durante o regimen de Pol Pot.