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EUA retêm ajuda militar e económica ao Egito

Os Estados Unidos disseram, esta quarta-feira ((9), que vão reter o envio de tanques, caças, helicópteros e mísseis ao Egito, além de 260 milhões de dólares em ajuda financeira, enquanto Washington avalia a situação da democracia e dos direitos humanos depois da tomada do poder pelos militares no país árabe.

A decisão, descrita por autoridades dos EUA, demonstra a insatisfação norte-americana com os rumos do Egito desde a deposição do presidente islâmico Mohamed Mursi, a 3 de Julho. Mas o Departamento de Estado disse que não irá interromper toda a ajuda, e que será preservado o apoio militar para operações de contraterrorismo, contraproliferação e segurança na península do Sinai, fronteiriça com Israel.

Além disso, continuarão a ser beneficiados programas que beneficiem a população egípcia em áreas como educação, saúde e desenvolvimento do sector privado. Essa diferenciação ilustra um dilema dos EUA com relação ao Egito – o desejo de passar a impressão de estar a promover a democracia, em contraponto à necessidade de manter a cooperação com uma nação estratégica.

“Continuaremos a reter a entrega de certos sistemas militares de grande escala e de assistência em dinheiro ao governo, à espera de um progresso credível no sentido de um governo civil inclusivo e democraticamente eleito por meio de eleições livres e limpas”, disse em nota Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado.

Fontes do governo norte-americano disseram a jornalistas, sob anonimato, que a intenção é que essa retenção seja apenas temporária. Uma das fontes disse que o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, telefonou para o general Abdel Fattah al Sisi, homem-forte do novo governo egípcio, para anunciar as restrições.

De acordo com esse relato, a conversa durou 40 minutos e foi amistosa. Mursi, primeiro presidente eleito livremente na história egípcia, foi deposto em Julho por militares depois de enfrentar gigantescos protestos populares.

Desde então, o governo instalado pelos militares reprime com violência as manifestações de seguidores da Irmandade Muçulmana, o grupo de Mursi. Jon Alterman, director do programa de Oriente Médio do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington, disse duvidar da eficiência da decisão norte-americana.

“Ela pode fazer alguns norte-americanos se sentirem melhor sobre o papel dos EUA no mundo, mas é difícil imaginar como ela muda a forma como o governo egípcio se comporta.”

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