O Governo dos Estados Unidos da América afirma estar a “pressionar” Moçambique para adquirir equipamento apropriado de separação do camarão da tartaruga marinha durante as acções de faina, porque a captura da última espécie é proibida nos EUA.
“Por o camarão de Moçambique ser de melhor qualidade estamos a pressionar o seu Governo a comprar o referido equipamento para o país voltar a exportar este produto para o meu país”, disse Leslie Rowe, embaixadora dos Estados Unidos da América em Moçambique, falando esta quinta-feira em Maputo.
Rowe explicou ainda que, devido à “urgência” do reinício da operação, o seu país está disposto a ajudar Moçambique na criação de condições exigidas, incluindo o treinamento de moçambicanos para captura do marisco sem perigar a tartaruga marinha.
A diplomata acrescentou que, uma vez que o camarão é de melhor qualidade, “se Moçambique seguisse todas as recomendações que o meu país exige estaria em melhores condições de o seu camarão ser exportado para todos os outros mercados do mundo, sem nenhuma excepção”.
A diplomata norte-americana falava durante um encontro intitulado “Dez anos da Lei do Crescimento e Oportunidades para África (AGOA) e o seu Impacto na Economia Moçambicana” que contou com a participação de representantes de várias instituições estatais moçambicanas que directa ou indirectamente se envolvem nas exportações de produtos moçambicanos.
Ambiente de negócios
Leslie Rowe observou, entretanto, que em Moçambique ainda não é consistente o ambiente de negócios, relativamente ao dos restantes países da África Austral, instando as autoridades locais a introduzirem mais reformas nesse sentido.
Segundo ela, o tempo que se leva na tramitação de processos para aprovação dos projectos de origem estrangeira “é um dos constrangimentos que urge ultrapassar muito rapidamente”.
Refira-se, entretanto, que, em 2001, Moçambique exportou o correspondente a sete milhões de dólares norte-americanos para os EUA, contra 28 milhões de dólares de importações feitas por aquele país, volume que veio a aumentar para 39 milhões de dólares de exportações, em 2009, altura em que se iniciaram as exportações de produtos minerais, com o alumínio da MOZAL a dominar as operações.