Os Estados Unidos anunciaram esta terça-feira que estão dispostos a assumir um objectivo quantificado de redução das emissões de gases com efeito de estufa, reforçando as possibilidades de um acordo de combate às alterações climáticas na cimeira das Nações Unidas de Copenhaga que terá início no dia 7 de Dezembro.
A Organização Meteorológica Mundial anunciou esta terça-feira que a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera nunca foi tão alta: 385,2 partes por milhão. De acordo com um “alto responsável” da administração americana não identificado citado pelas agências noticiosas, “num contexto em que tanto os países desenvolvidos como os grandes países em desenvolvimento apresentam propostas significativas com o objectivo de alcançar um acordo global, os países deverão pôr na mesa as suas metas”. Os Estados Unidos, disse, farão o mesmo em função das negociações no Congresso.
“Quaisquer que sejam os números que poremos na mesa terão como referência o que pensamos que sairá do processo legislativo”. A Câmara dos Representantes aprovou uma lei que aponta para uma redução de 17% das emissões de CO2 em 2020 face aos valores de 2005, enquanto o Senado aponta para um corte de 20%.
A intenção americana foi anunciada no dia em que os ministros do Ambiente da União Europeia (UE) renovaram os apelos aos grandes países poluidores, sobretudo EUA e China, para que assumam compromissos firmes e ambiciosos de redução do CO2, sob pena de porem em risco os esforços globais de protecção do clima.
Stavros Dimnas, comissário europeu do Ambiente, apelou aos ministros para subirem de 20 para 30% o compromisso da UE de redução do CO2, precisamente para a pressionar americanos e chineses a assumirem metas ambiciosas. “Na minha opinião pessoal, um compromisso de 30% seria melhor na negociação porque aumentaria a pressão [sobre os outros] através do exemplo”, afirmou no final da reunião.
A afirmação refere-se à meta assumida há um ano pelos Vinte e Sete de redução das emissões num valor mínimo de 20%, que pode ser aumentado para 30% se os outros grandes poluidores assumirem metas equivalentes.
Um estudo da OMM reforçou a posição europeia, ao confirmar que o CO2 atingiu níveis tão elevados que o mundo se aproxima do “cenário mais pessimista” do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas. “As notícias não são boas: a concentração de gases com efeito de estufa continua a aumentar e a um ritmo um pouco mais rápido”, disse o secretáriogeral da OMM, Michel Jaraud.
Yvo de Boer, secretário executivo da Convenção da ONU para o Clima, que participou na reunião dos Vinte e Sete, apelou à UE para avançar em Copenhaga com uma ajuda financeira ambiciosa para os países em desenvolvimento enfrentarem os custos do combate às alterações climáticas.