O déficit comercial dos EUA caiu em fevereiro, seu sétimo mês consecutivo, ficando em seu mais baixo nível desde novembro de 1999, segundo dados publicados nesta quinta-feira pelo departamento de Comércio.
Em dados corrigidos pelas variações sazonais, o déficit ficou em US$ 26 bilhões, em queda de 28,3% em relação a janeiro, um dado nitidamente inferior às previsões dos analistas, de US$ 36,5 bilhões. Durante estes sete meses, os EUA reduziram seu déficit comercial pela metade (-58,5% em relação a julho), num contexto de crise econômica mundial.
A surpresa de fevereiro vem da alta das exportações, que haviam registrado seis meses de baixa: elas aumentaram 1,6% na comparação com o mês anterior, a 126,8 bilhões. Em contrapartida, as importações mantiveram a tendência de queda, pelo sétimo mês consecutivo, com baixa de 5,1%, a 152,7 bilhões. No total, o volume de trocas dos EUA com o resto do mundo continua recuando, com diminuição de 2,2% em relação a janeiro.
Os EUA, primeiros consumidores de petróleo do mundo, continuam reduzindo sua fatura energética. A balança de produtos petroleiros teve déficit de apenas 9,6 bilhões de dólares, o mais baixo desde setembro de 2004. O preço médio do barril importado registrou o sétimo mês consecutivo de baixa, atingindo em fevereiro seu mais baixo nível em quatro anos, a 39,22 dólares, o que representa uma queda de 69% em relação a seu recorde de julho.
O recuo das importações se refere ainda a todas as categorias de bens, sejam equipamentos industriais e matérias primas (-9% a 34,7 bilhões de dólares), bens de consumo (-4% a 35,8 bilhões), os bens de investimentos (-6% a 29,8 bilhões) ou os veículos e autopeças (-8% a 10,6 bilhões, em seu mais baixo patamar desde outubro de 1996).
Os EUA não importaram tão pouco desde maio de 2004: 121,3 bilhões de dólares. A balança de bens reduziu então seu déficit a 35,9 bilhões de dólares (-24% em relação a janeiro). E a balança de serviços registrou leve alta de seu excedente (+2%), ficando em 10,9 bilhões.
Apesar de os dados das trocas com os países serem divulgadas sem as correções das variações sazonais, o que torna os dados de fevereiro pouco comparáveis com os outros meses, eles refletem as consequências da crise econômica nos EUA para seus parceiros comerciais.
O dado do déficit comercial dos EUA para janeiro foi levemente revisado, a 36,2 bilhões de dólares.