Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira novas sanções contra o regime da Coreia do Norte, e alertaram para sérias consequências caso o país ataque a Coreia do Sul. As relações na península da Coreia estão tensas desde que Seul acusou Pyongyang de ter torpedeado uma corveta sua, em março, matando 46 marinheiros.
Em visita a Seul, a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse que os EUA estão dispostos a retomar as negociações internacionais para o desarmamento nuclear norte-coreano caso Pyongyang transmita um “sinal positivo”, mas que até agora isso não ocorreu. “Estamos visando muito especificamente, após uma pesquisa muito intensa, construída sobre o que já fizemos antes, mas não limitada a isso, à liderança, visando aos seus bens”, disse Hillary em entrevista coletiva ao lado do seu colega da pasta de Defesa, Robert Gates, e dos respectivos homólogos sul-coreanos.
Ela insistiu que as sanções adicionais não afetarão a população da Coreia do Norte, um dos países mais miseráveis e isolados do mundo. A China, única aliada relevante da Coreia do Norte, manifestou “profunda preocupação” com o anúncio de que Coreia do Sul e EUA realizarão um exercício militar conjunto em 25 de julho. Na terça-feira, a TV estatal chinesa mostrou manobras navais da Marinha local.
“Pedimos às partes relevantes que se mantenham calmas e exerçam a moderação, e não façam nada para exacerbar as tensões regionais”, disse Qin Gang, porta-voz da chancelaria chinesa, em nota. Gates propôs a retomada das relações militares EUA-China, suspensas neste ano devido aos planos norte-americanos de vender armas a Taiwan.
A Coreia do Norte já foi submetida a outras sanções internacionais por causa dos testes de mísseis e armas nucleares feitos nos últimos anos. Mas analistas dizem que as novas medidas dos EUA terão impacto limitado. “As sanções anunciadas pelos EUA não irão realmente afetar a economia norte-coreana, pois todas as sanções possíveis já foram impostas”, disse Paik Haksoon, pesquisador sênior do Instituto Sejong, de Seul.
“A China está cooperando economicamente com a Coreia do Norte porque a estabilidade da Coreia do Norte é um interesse nacional chave para a China.” Na opinião de Paik, o líder norte-coreano Kim Jong-il dificilmente irá alterar suas políticas ou aceitar concessões aos EUA. As negociações multilaterais para o desarmamento nuclear do país estão paralisadas há um ano e meio.