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ETA responsabilizada por 826 mortos na luta armada contra o Estado espanhol

A organização separatista basca ETA, que completa 50 anos de existência hoje, 31 de julho, recorreu à violência em sua luta para conseguir a independência do País Basco (norte) 10 anos depois e, nestes 41 anos de luta armada, matou 826 pessoas, perdendo 200 ativistas. A contagem não inclui os dois agentes mortos nesta quinta-feira num atentado em Maiorca atribuído à organização.

O País Basco sonhado – ou Euskal Herria, vai de Adour a Ebro, incluindo a região autônoma espanhola de Navarra, e o País Basco francês, no sudoeste vizinho. Mais de 90% das vítimas da ETA foram assassinadas após a morte do ditador Francisco Franco em 1975 e desde o restabelecimento da democracia na Espanha.

A União Europeia (UE) incluiu a ETA na lista de organizações terroristas em dezembro de 2001. Seus objetivos foram defendidos no plano político pela coligação radical Batasuna, antes denominada Herri Batasuna (HB) e Euskal Heritarrok (EH), que em diversas eleições conseguiu entre 12% e 18% dos votos do eleitorado Basco. O Batasuna, considerado braço político da ETA foi declarado ilegal em março de 2003 pelo Tribunal Supremo espanhol, por considerar que pertence ao grupo separatista e em seguida foi incluído na lista de organizações terroristas da UE e do departamento de Estado americano.

A ETA (Euskadi Ta Askatasuna, que quer dizer, Pátria Basca e Liberdade), cujo símbolo é uma tocha com uma serpente entrelaçada, foi fundada em 31 de julho de 1959 por estudantes nacionalistas contra o “imobilismo” diante do franquismo do Partido Nacionalista Basco (PNV, democratas-cristãos), no poder no País Basco desde 1980. Este movimento nacionalista foi criado no fim do século XIX com base numa ideologia étnica, antiespanhola e ultracatólica de seu fundador Sabino Arana, que contou com a adesão do marxismo-leninismo dos fundadores da ETA.

A polícia e o Exército foram se tornando aos poucos os alvos preferidos da ETA, cujos métodos incluem especialmente os carros-bomba, a violência urbana e o assassinato de vítimas selecionadas. Em duas ocasiões, as esperanças de um fim da violência -em 1989 e em 1998- desapareceram. A ETA retomou suas ações terroristas no início de 2000 depois de uma trégua de 14 meses.

O diálogo com a ETA, iniciado pelo governo espanhol e interrompido depois do atentado de 30 de dezembro de 2006 no aeroporto de Barajas no qual morreram dois equatorianos, foi a terceira tentativa de negociação. A primeira foi protagonizada pelo governo socialista de Felipe González em 1989 e, a segunda, pelo governo conservador de José María Aznar em 1999.

A organização separatista basca ETA foi responsabilizada pelo assassinato de um ex-vereador socialista no dia 7 de março do ano passado no País Basco espanhol, Isaias Carrasco. O ex-vereador socialista foi morto a tiros na localidade basa de Mondragon (norte), a menos de 48 horas do início das eleições legislativas

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