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Estudo do Banco de Moçambique evidencia falhanço da produção de arroz em Gaza e que Governo falhou meta de produção

Estudo do Banco de Moçambique evidencia falhanço da produção de arroz em Gaza e que Governo falhou meta de produção

Desde que o partido Frelimo está no poder tem repetido que a Província de Gaza possui potencial para a produção de arroz e substituição de importação tendo o produto sido eleito “bandeira” no entanto um estudo do Banco de Moçambique (BM) revelou que “a contribuição de Gaza na produção total de arroz no país tende a reduzir” enquanto “o défice na oferta de arroz nacional tende a agravar”. Das 458 mil toneladas que o Governo de Filipe Nyusi previu produzir em 2018 apenas 412 fora produzidas pode-se ler no documento que indica “o preço do arroz importado é mais baixo que o nacional”, desmentindo o ministro da Indústria e Comércio que arroz produzido em Moçambique “não pode de forma alguma ser mais caro do que vem de fora”.

No passado dia 15 o @Verdade confrontou o ministro da Indústria e Comércio sobre o racional que continuar a investir na produção de arroz em Moçambique tendo em conta a falta de competitividade em relação a importação. Ragendra de Sousa argumentou que o Governo continua “a promover o arroz porque temos certeza que sendo produtor eficiente a produção tem que ser mais barata, porque o tailandês ou o paquistanês usam os mesmo factores de produção: capital, trabalho e terra” e declarou ainda que “a teoria de que produção em Moçambique é mais cara só quando estou distraído é que aceito”.

Contudo um estudo do Banco de Moçambique, apresentado sexta-feira (22), durante o Conselho Consultivo da instituição, concluiu que: “O preço do arroz importado é mais baixo que o nacional, explicado, em parte, pela ausência e/ou baixas taxas aduaneiras aplicadas, o que limita o mercado para o arroz nacional”.

“Em 2008 e 2010, por forma a minimizar os custos dos consumidores, o Governo removeu as tarifas de importação de arroz da terceira classe de 2.5% para 0%. Contudo, devido à dificuldade das alfândegas para inspeccionar todas as importações de arroz, na prática, a taxa foi removida para todas a classes de arroz, independentemente da qualidade. Neste contexto, os produtores enfrentam constrangimentos na comercialização, devido aos preços mais baixos do arroz importado”, pode-se ainda ler no documento.

Banco de Moçambique, estudo

Entretanto o estudo, intitulado “O Agronegócio como Factor de Dinamização da Economia: O Caso da Cadeia de Valor do Arroz na província de Gaza”, revelou ainda que apesar dos milhões investidos “a contribuição de Gaza na produção total de arroz no país tende a reduzir”.

De acordo com o BM, “nos últimos cinco anos, em média, o arroz teve um peso médio de 12,7 por cento no total de importação de bens de consumo e um peso de cerca 3 por cento sobre o total das importações do país. Igualmente, de forma cumulativa o país despendeu divisas que ascenderam os 900 milhões de dólares norte-americanos na importação deste cereal”.

Banco de Moçambique, estudo

Governo de Filipe Nyusi falhou meta de produção de arroz

Banco de Moçambique, estudoO estudo do Banco de Moçambique indica que no mesmo período “A contribuição de Gaza na produção total de arroz no país tende a reduzir (…) a contribuição de arroz, que na campanha 2014/15 era de 15,6 por cento passou para 10,0 por cento na campanha de 2017/18, o equivalente a uma redução perto de 17.300 toneladas”.

Paralelamente, “entre 2015 e 2018 registou-se um aumento de 52,4 por cento nas necessidades de consumo do arroz, facto que indicia a falta de capacidade das zonas produtivas nacionais de suprirem a procura existente no mercado doméstico”

“Concretamente, a produção de arroz de Gaza cobriu, em média, cerca de 5,0 por cento das necessidades de consumo nacional. Outrossim, registou-se um declínio da contribuição da província de Gaza de 7,8 por cento em 2015 para 3,6 por cento em 2018 que pode resultar de dois factores: (i) surgimento de outras regiões produtivas no país; e (ii) redução da produção em Gaza, reflectindo, em parte, a produção de outras culturas em detrimento do arroz”, refere o estudo do banco central.

O documento revela ainda que das 458 mil toneladas que o Executivo de Filipe Nyusi previu produzir em 2018 apenas 412 fora produzidas, concluindo que: “apesar dos esforços do Governo na implementação de políticas, reformas, incentivos e estratégias agrárias visando dinamizar o agronegócio em Moçambique, o desempenho deste sector continua aquém do seu potencial, devido a vários constrangimentos, com destaque para o défice de infraestruturas, financiamento inadequado e mercado limitado, em parte a traduzir a forte concorrência com produtos importados”.

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