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Estudantes desenvolvendo Moçambique

Decorre de 11 a 13 de Janeiro corrente, um ciclo de palestras com uma diversidade temática, o mesmo acontece no anfiteatro da Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane. O seminário organizado pela Associação dos Estudantes Finalistas Universitários Moçambicanos, conta com a presença de mais de 200 participantes.

Esta quarta-feira, o primeiro dia dos debates, ainda na abertura do evento, o Reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Orlando Quilambo, congratulou o esforço e as iniciativas da Associação dos Estudantes Finalistas Universitários Moçambicanos, por esta permitir uma abertura de oportunidade de enquadramento sócio-profissional dos jovens estudantes universitários. Sendo que uma das facetas visíveis é o projecto “Férias Desenvolvendo o Distrito”, levado acabo há seis por esta associação.

Para Quilambo, os jovens devem esmerar-se na busca de oportunidades, “é preciso que eles deixem de esperar em ser empregados, mas que também procurem iniciativas empreendedoras ou de auto-emprego, só assim minimizaremos o problema de falta de enquadramento profissional com que se debate uma esmagadora maioria de estudantes graduados em diversos níveis de ensino superior”, acrescenta.

“Os governadores deviam ser eleitos e não nomeados”

A chefe do Departamento dos Órgãos Locais do Estado, disse que o governo faz o que está previsto na lei e não pode contradizê-la, sendo que no caso de alguma mudança na maneira de escolha dos dirigentes provinciais, será necessário uma revisão pontual da Constituição da República e outros instrumentos legais para não colidir sobretudo com a lei mãe.

Esta foi uma pergunta bastante insistida pelos participantes e pouco esclarecida pela palestrante. “Esta questão da eleição dos governadores defendida pelos jovens estudantes, constitui uma novidade, mas porque se trata de uma sugestão ou ponto de vista, vou encaminhá-la aos meus superiores hierárquicos”, conta.

Relativamente a falta de enquadramento profissional dos recém-graduados, Bisa Novela disse que é preciso reconhecer que o aparelho do Estado detém a maior massa laboral no país e não é possível empregar a todos os graduados, o que não se resume apenas ao défice do cabimento orçamental. “O importante é que existem quadros que estão a ser absorvidos nos mais diversos níveis do aparelho do Estado, como nos distritos e governos provinciais”, avança.

Estudantes valorizados

Por seu turno, o Coordenador Geral da Associação dos Estudantes Finalistas Universitários Moçambicanos (AEFUM), Ivo Mapanda, disse que esta associação foi criada em 2005, sem fins lucrativos e actualmente congrega mais de 3 mil membros, entre estudantes finalistas e recém-graduados no ensino superior, tanto das instituições públicas, como das privadas. A AEFUM contempla ainda estudantes moçambicanos na diáspora. Ivo Mapanda, disse que esta associação foi criada com o objectivo principal de responder a demanda no mercado do emprego, sobretudo nos centros urbanos.

Distrito pólo de desenvolvimento

Foi à luz da definição neste mandato prestes a terminar que o Governo prescreveu o distrito como pólo de desenvolvimento, que a AEFUM elaborou o projecto denominado “Férias Desenvolvendo o Distrito”, este que tem como propósito criar uma simbiose entre o crescimento técnico-científico adquirido na faculdade como o conhecimento empírico (o saber fazer) junto as comunidades.

Durante estas seis edições do Férias Desenvolvendo o Distrito, foram implementados vários programas paralelos dentre os quais, o de Apoio Psico-Social, que está a ser implementado nos distritos desde 2008, sobretudo nas províncias de Inhambane, Gaza, Manica e recentemente na província de Tete. “Isto constitui uma das constatações que os estudantes de psicologia tiveram em 2008, reconhecendo uma fragilidade nos centros de acolhimento de crianças órfãs e vulneráveis”, ajunta.

Quem faz a assistência dos estudantes nos distritos

Ivo Mapanda disse que a assistência dos estudantes finalistas e recém graduados enviados aos distritos, está sob a responsabilidade dos governos provinciais no que concerne ao trânsito ou deslocação dos mesmos aos distritos, e os governos distritais se encarregam pelo alojamento e demais assistência dos estudantes já nos respectivos distritos, isso acontece mediante a realidade de cada distrito, pois os distritos diferem-se uns dos outros.

Na edição deste ano serão enviados a partir de todas as províncias do país, um total de 500 estudantes, estes que vão desenvolver várias actividades junto aos governos distritais, mediante a área de formação e especialização de cada estudante.

Estudantes engajados no desenvolvimento do país

A nossa reportagem abordou um dos recém-graduados do ensino superior e membro da AEFUM. Chama-se Baltazar Lopes, licenciado em Administração Pública pela Universidade Eduardo Mondlane, o qual se mostrou satisfeito pelo projecto “Férias Desenvolvendo o Distrito”, aliás ele é um dos 500 estudantes que serão enviados aos distritos nos próximos dias, para durante um mês, desenvolverem uma série de actividades. Nesta deslocação uns terão a sorte de ficar nos distritos a trabalhar e outros não, isso depende necessariamente do empenho de cada um.

Neyma Cossa, graduou em 2010 pelo Instituto Superior de Relações Internacionais, disse ter sido contemplada na edição passada do Férias Desenvolvendo o Distrito, “eu fiz parte dos três estudantes enviados ao distrito de Songo, na província de Tete, felizmente o governo distrital por estar satisfeito com o meu empenho, empregou-me. Agora vim a Maputo de férias e só regresso nos finais deste mês de Janeiro, para mais uma jornada laboral”, conta.

O coordenador Geral do AEFUM, Ivo Mapanda disse que o número de estudantes enviados aos distritos varia de acordo com as condições e necessidades de cada distrito, existem daqueles governos provinciais que solicitam cerca de 5 a 6 estudantes. Dentre as províncias que mais enviam estudantes aos distritos, destacam-se Maputo, Tete e Sofala.

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