Deverá ser concluído até finais deste mês, Agosto, o processo de formalizaçã da estrutura accionista gestora da linha de transporte da energia eléctrica Tete/Maputo destinada à produção de cerca de 12 mil megawatts para Moçambique e países vizinhos.
Ela será constituída pelas empresas públicas Electricidade de Moçambique (EDM), ESKOM, da África do Sul, portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) e brasileira ELECTROBRAS, segundo Augusto Fernando, Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EDM, falando em entrevista ao Correio da manhã.As obras de construção deste empreendimento arrancam já em 2013, prolongando-se até 2016 e estão avaliadas em cerca de 2,4 mil milhões de dólares norte-americanos.
Para além desta linha, a brasileira ELECTROBRAS está também interessada em investir cerca de 2,3 biliões de dólares norte-americanos para a construção de uma nova barragem hidroeléctrica no Norte de Moçambique de 1,5 mil megawatts, e em duas novas linhas de transmissão de 600 quilovolts de energia, com 1,5 mil quilómetros de extensão cada, segundo José da Costa, presidente da ELECTROBRAS.
EDM
A EDM deverá deter neste empreendimento cerca de 49% das acções, segundo ainda Augusto Fernando, explicando que a linha Tete/ Maputo concentrar-se-á no futuro pólo energético de Tete que irá incluir as projectadas barragens HCB-Norte de 1250 megawatts e de Mpanda N’kuwa que terá a capacidade de gerar cerca de 1500 megawatts e ainda centrais térmicas a carvão de Moatize e Benga, cada uma delas com capacidade global para gerar 600 megawatts de energia eléctrica.
A participação reservada à REN de Portugal neste empreendimento envolve a construção de infra-estruturas e posterior gestão das novas redes de explo- ração e manutenção.
Frisa-se, entretanto, que Portugal deverá concluir em 2014 a venda a Moçambique dos remanes- centes 7,5% de acções da HCB, para, desta forma, o país passar a controlar a totalidade da empresa. Esta companhia diz precisar, entretanto, de um milhão de dólares norte-americanos para aumentar a sua capacidade de produção para 3220 megawatts nos próximos cinco anos, contra os actuais 2075 megawatts.
O adicional será dirigido para o esforço de electrificação do país e para dar resposta às necessidades crescentes de consumo da África do Sul, Zimbabué, Zâmbia e Malaui.
Cerca de 25% da energia da HCB são para a rede nacional e 75% para o exterior, ficando a África do Sul com 70% e Zimbabué com 5%, enquanto Zâmbia, Malaui e Suazilândia têm também solicitado energia moçambicana para as suas necessidades ocasionais.