Os mais de 300 estivadores do Porto da Praia, na capital cabo-verdiana, entraram em greve, esta Segunda-feira (27), por tempo indeterminado, para forçarem a direcção da Empresa da Administração dos Portos de Cabo Verde (ENAPOR) a dar uma resposta positiva às suas reivindicações, apurou a PANA de fonte sindical.
O presidente do Sindicato da Indústria, Agricultura, Comércio e Serviços e Afins (SIACSA), Gilberto Lima, que diz representar a maioria dos estivadores, explicou que esses trabalhadores reivindicam um aumento de 70 a 100 porcento dos subsídios de férias e de Natal, assim como um aumento de cinco porcento dos valores a serem pagos para a descarga em regime de tonelada.
Os estivadores exigem igualmente o aumento de subsídios de turno e a sua afectação à carga e à descarga de todos os tipos de navios.
Para além das reivindicações apontadas, a direcção da ENAPOR ainda não se pronunciou sobre o reajuste salarial para 2012.
Gilberto Lima garante que os estivadores só avançaram para esta greve porque as negociações com a ENAPOR para a satisfação das reivindicações da classe “fracassaram”.
O presidente do SIACSA diz-se, entretanto, aberto a novas negociações com a administração do Porto da Praia, com a intermediação da Direcção Geral do Trabalho (DGT), para encontrar-se as soluções possíveis para satisfazer as reivindicações dos estivadores e evitar a continuidade da greve, que, segundo ele, poderá ter “efeitos desastrosos”.
A direcção da ENAPOR ainda não se pronunciou sobre a greve que deixa praticamente paralisado o porto que movimenta o maior volume de carga no arquipélago.
Sabe-se, no entanto, que os prejuízos resultantes desta nova paralisação serão bastante avultados, uma vez que a empresa deixa de arrecadar receitas diárias na ordem dos 10 mil contos cabo-verdianos (cerca de 100 mil euros).