Os militantes do Estado Islâmico invadiram uma base aérea no nordeste da Síria, este domingo (24), e capturaram-na de forças governamentais depois de dias de confrontos que custaram mais de 500 vidas, disse um grupo de monitoria.
O Observatório Sírio para Direitos Humanos afirmou que pelo menos 346 combatentes do Estado Islâmico foram mortos e mais de 170 membros das forças do governo também morreram desde terça-feira na luta pela base de Tabqa.
Desta forma, este é um dos confrontos mais mortais entre os dois grupos desde o começo da guerra na Síria. O Observatório, que monitora a violência na Síria por meio de fontes no campo, disse que os confrontos tomaram a base aérea neste domingo.
Era a última resistência do Exército sírio na área controlada pelo Estado Islâmico, que controla várias áreas da Síria e do Iraque. Nas redondezas da cidade de Raqqa, sob o controle do Estado Islâmico, houve tiros de celebração e várias mesquitas anunciaram pelos alto-falantes que a base caiu nas mãos dos islamistas, e cantaram “Deus é o maior”, segundo uma testemunha disse à Reuters.
Os soldados do EI mostraram várias cabeças de combatentes sírios na praça da cidade, disse a testemunha, acrescentando que os aviões da Síria eram ouvidos em Raqqa, depois do ataque à base aérea. No começo do domingo, a força aérea da Síria bombardeou áreas ao redor da base. A emissora de televisão estatal da Síria disse que depois de batalhas acirradas, os militares estavam a “reagrupar-se”.
Citando uma fonte militar, disse que houve uma “retirada bem sucedida do aeroporto” e que o Exército continuava a atacar “grupos terroristas” na área, que teria sofrido fortes baixas. A imprensa estatal da Síria não confirmou o número de mortos nos confrontos.
O Estado Islâmico também prendeu 150 soldados da Síria numa área próxima à base e acredita-se que ainda estejam em cativeiro, disse o Observatório. O Exército sírio enviou reforços à base durante a noite de sexta-feira para lutar com o Estado Islâmico, que controla aproximadamente um terço do norte e leste da Síria.
A televisão síria mostrou imagens de forças armadas a defenderem a base no sábado e disse que os avanços do Estado Islâmico estavam a ser impedidos. Muitos dos soldados do Estado Islâmico morreram depois de os aviões sírios terem bombardeado a área, segundo o Observatório.