O estado de emergência imposto a três Estados do norte da Nigéria desde Maio será mantido apesar da decisão da seita islamita Boko Haram de observar um cessar-fogo, anunciou o Governo nigeriano.
O ministro encarregue das Missões Especiais, Tanimu Turaki, declarou à imprensa em Abuja que cabia aos serviços de segurança decidir em que momento a segurança voltou aos Estados de Adamawa, de Borno e de Yobe.
“Penso que mesmo com a declaração e o anúncio do cessar-fogo a medida de estado de emergência permanecerá até que os serviços de segurança estejam plenamente satisfeitos do regresso da situação à normalidade e que a ordem e a paz sejam restabelecidas”, declarou.
“Porque não devemos esquecer que com ou sem este cessar-fogo o Governo tem a grande e a séria responsabilidade de velar para que as vidas e os bens dos Nigerianos respeitosos da lei sejam protegidos onde eles estiverem e em qualquer circunstância”, acrescentou.
O ministro anunciou no início da semana que a seita Boko Haram decretou uma trégua e que alcançou “um entendimento” com o Governo que desembocará num acordo.
Os analistas exprimiram dúvidas sobre o anúncio do ministro, nomeadamente porque a Boko Haram dividiu-se em vários grupos. A seita, que lançou a sua campanha de terror em 2009, matou mais de três mil pessoas em atentados.
A Boko Haram bate-se pela criação dum Estado islamita na Nigéria, um país equitativamente dividido entre cristãos e muçulmanos.