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Estabilidade ameaçada em Moçambique

As cavadas e crescentes desigualdades sociais entre ricos e pobres em Moçambique poderão resultar em focos de desestabilização, segundo prognósticos da coligação composta pelo Centro de Estudos da População da Universidade Eduardo Mondlane, Ministério de Planificação e Desenvolvimento e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) que acaba de realizar uma pesquisa conjunta sobre a pobreza no país.

“Houve um pequeno aumento na estimativa da desigualdade entre camadas sociais mais ricas e pobres, o que requer a continuação de uma monitoria, pois um agravamento da desigualdade pode potencialmente ser fonte de desestabilização”, observa o estudo encomendado pelo Governo sobre os níveis actuais da pobreza.

O fenómeno afecta mais de 10 milhões de moçambicanos, “o que significa que a situação é ainda muito crítica”, realça, estimando que em cada província, pelo menos, 500 mil pessoas são pobres. A pesquisa insiste na continuação de esforços pelo combate contra as desigualdades nas camadas sociais mais ricas e mais pobres, apesar de reconhecer que a taxa de pobreza absoluta caiu em 16%, nas zonas rurais, e em 10,5%, nas cidades, entre 2003 e 2009.

Mulheres

A fé do estudo, no período em referência, a província central de Sofala deixou de ser a mais pobre de Moçambique, tendo sido rendida pela província de Inhambane e cidade de Maputo, onde nesta última região “os pobres não se beneficiaram tanto como os ricos do crescimento económico”.

Já no respeitante à pobreza por género, o estudo concluiu que 96% de mulheres trabalhadoras apenas concluíram a quinta classe e mais de 90% delas estão vinculadas ao sector agrícola, cenário atribuído aos “efeitos cumulativos de uma história de taxas de escolarização relativamente baixas para meninas”.

Como recomendação, o documento refere que fica claro que maiores níveis de escolarização são primordiais para facilitarem a entrada da mulher em sectores não agrícolas que têm, frequentemente, melhor remuneração, mas os pesquisadores afirmam ter consciência de que mesmo com a escolarização da mulher, “nos próximos anos, a maioria delas continuará não qualificada e ligada ao sector agrícola, requerendo a identificação de mecanismos através dos quais elas aumentem o seu rendimento e melhorem a sua qualidade de vida”.

Tais mecanismos passam pelo desenvolvimento de iniciativas de divulgação de tecnologias agrícolas melhoradas para culturas alimentares e provisão de bens e serviços que aliviam o peso das tarefas domésticas da mulher por concorrer para a redução da distância à água potável e aos serviços de saúde e electrificação rural para aumento do tempo disponível para elas se aplicarem noutras actividades produtivas.

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