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Esperança de cura para HIV renasce graças a criança sul-africana em remissão

Uma criança sul-africana nascida com HIV está surpreendendo especialistas por parecer estar efectivamente curada do vírus da Aids depois de apenas um ano de tratamento seguido de oito anos e meio sem medicamentos.

Normalmente os pacientes com HIV precisam continuar usando remédios antirretrovirais pelo resto da vida para impedir o desenvolvimento da Sida, mas a criança em questão, que não está sendo tratada e hoje tem quase 10 anos de idade, não tem nenhum sinal da doença.

Este e outros casos recentes isolados de remissão deram uma esperança adicional às 37 milhões de pessoas de todo o mundo infectadas com o vírus que causa a Aids. Mas os especialistas pedem cautela, dizendo que o caso é extremamente raro e que não leva a crer em um caminho simples para uma cura.

“É um caso que mais provoca perguntas do que necessariamente responde”, disse Linda-Gail Bekker, presidente da Sociedade Internacional da Aids (IAS, na sigla em inglês), que está realizando uma conferência em Paris nesta semana.

“Isso de fato desperta a teoria interessante de que talvez o tratamento não seja para a vida toda. (Mas) está claro que é um fenómeno raro”, acrescentou.

A criança, que não teve nome e género revelados, foi parte de um estudo clínico no qual pesquisadores investigaram o efeito de tratar bebés soropositivos nas primeiras semanas de vida e depois interromper o tratamento e iniciar o uso de antirretrovirais verificando se o HIV estava sendo controlado.

Na semana passada, a agência de HIV/Aids da Organização das Nações Unidas (ONU) disse que 19,5 milhões de pessoas –mais da metade dos 37 milhões de pacientes com HIV– estão recebendo tratamento na actualidade.

A grande maioria dos pacientes com HIV sofre um aumento na quantidade de vírus circulando no corpo se interrompe o tratamento, mas a criança em questão é diferente, disseram os pesquisadores sul-africanos.

“Até onde sabemos, este é o primeiro caso de controle virológico contínuo a partir de um teste aleatório de interrupção de antirretrovirais após um tratamento inicial de crianças”, afirmaram em um sumário das descobertas apresentadas na conferência nesta segunda-feira.

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