Sistema Bancário
Quando o preço do barril de petróleo atingiu o pico, em Julho, as posições os investidores não comerciais já estavam em forte queda.
Paradoxalmente, no período em que assistimos ao maior disparo do preço do crude (meados de Junho a meados de Julho) os especuladores financeiros tinham arrefecido substancialmente a sua intervenção desde há mês e meio no mercado dos “barrís de papel”.
Os especuladores (fundos e bancos de investimento) tiveram o seu período mais quente entre meados de Fevereiro e final de Maio, com um pico de intervenção, nos primeiros nove meses, na mesma semana de 10 a 14 de Março – ora é sabido que o máximo histórico do preço do crude ocorreu na semana de 31 de Maio a 4 de Julho.
Recorde-se que a OPEP responsabilizou, na altura a especulação (e a desvalorização do dólar em menor medida) pela alta. Ainda recentemente o líbio Abdalla Salem El-Badri, secretário-geral do cartel petrolífero, reafirmou oficialmente tal ponto de vista: “Em última análise, são os especuladores finaceiros e o papel das casas de investimento, juntamente com os “hedge funds” que tem sido os motores da subida dos preços para níveis recorde”.
A ironia é que é a própria OPEP, no seu relatório de finais de Agosto (Monthly Oil Market Report), publica um gráfico (gráfico nº 7, na página 10) em que a discrepância entre a realidade e o discurso político antiespeculadores é obvia.
Esta constatação estatística surge na mesma altura em que o Senado norte-americano discute legislação para limitar a especulação no mercado do crude. Um dos estudos que têm servido de suporte à campanha é o da Masters Capital Management que afirma ter avaliado dois fluxos “por extrapolação” – um de 60 milhões de dólares aplicados por parte de investidores finaceiros no mercado de futoros de crude durante os primeiros seis meses e outro de saída posterior no valor de 39 mil milhões. A consultadora “cola” automaticamente os dois fluxos ao sobe e desce do preço do barril este ano.