O escritor britânico Terry Pratchett, que sofre do mal de Alzheimer, propôs esta segunda-feira a criação de tribunais que tenham o poder de autorizar os parentes de doentes incuráveis a ajudá-los a encerrar a vida. “Se soubesse que posso morrer no momento que quero, então de repente cada dia seria tão valioso como um um milhão de libras.
Se soubesse que posso morrer, viveria. Minha vida, minha morte, minha escolha”, deve declarar nesta segunda-feira à noite Terry Pratchett em um discurso antecipado e que tem o título “Dar a mão à morte”. O popular escritor de fantasia e ficção científica, de 61 anos, se oferece para ser o primeiro caso destes tribunais de eutanásia, que segundo ele deveriam ser compostos por um especialista legal em assuntos familiares e um médico especializado em doenças prolongadas.
“Não espero de nenhuma maneira que todos os médicos estejam dispostos a ajudar alguém a morrer… Mas me parece sensato que contemos com a profissão médica, que há séculos nos ajuda a viver mais tempo e de maneira mais saudável, para que nos ajude a morrer em paz entre nossos seres queridos e em nossa própria casa sem uma longa estadia na sala de espera de Deus”, deve completar o escritor em um discurso em uma universidade de Londres.
No total, 75% dos britânicos se declaram favoráveis a uma nova lei que autorize o suicídio assistido, segundo uma pesquisa realizada pelo instituto YouGov entre 2.053 pessoas e publicado no jornal Daily Telegraph. O discurso do escritor acontece depois da absolvição de Kay Gilderdale, uma mulher que ajudou a filha de 31 anos que sofria de encefalomielite a encerrar com a própria vida.