Algumas escolas da província de Nampula prevalecem, no fim de cada ano lectivo, abaixo do rendimento pedagógico exigido pelo Ministério da Educação, facto precipitado pelo mau empenho dos professores, derivado dos atrasos sistemáticos dos seus salários.
Entretanto, a Direcção Provincial da Educação e Cultura local, reuniu-se, recentemente, em VIII Conselho Coordenador para reflectir sobre o problema. Os gestores do ensino mostraram-se preocupados em relação ao não alcance de pelo menos 90 por cento do aproveitamento.
A província de Nampula tem um efectivo escolar de 1.073.266 alunos em todos os subsistemas de ensino geral, dos quais 493.496 do sexo feminino, 45 por cento, e a restante cifra masculino. Porém, as autoridades da Educação estimam que em 2011 houve um decréscimo no aproveitamento pedagógico em menos 2,2 por cento. E este ano os aproveitamentos trimestrais prometem pouco.
A directora provincial da Educação e Eultura, Maria Páscoa de Azevedo, disse no encontro que redobrar esforços em prol de uma educação e respectiva qualidade. Não entrou em detalhes quanto às percentagens de realmente concorrem para o baixo aproveitamento pedagógico.
Tentando esquivar-se do problema fez saber que em 2011 havia, em Nampula, 1.922 escolas tendo subido para 2.031, o correspondente a 5,7 por cento. Por seu turno, o secretário permanente provincial de Nampula, António Máquina, criticou a maneira de trabalhar dos gestores escolares que, segundo suas palavras, têm a responsabilidade de incentivar a motivar os professores a se empenharem mais.
Referiu, por exemplo, um professor que não recebe o seu salário e horas extras a tempo devido a questões burocráticas, não tem como produzir o esperado. “Fica sem moral necessária para trabalhar”.
Os directores das escolas, disse Máquina, têm a obrigação de garantir que os professores não distraiam das suas ocupações tratar de assuntos burocráticos como a documentação inerente ao pagamento de salários, nomeações, promoção e progressões. Na óptica de Máquina, ao professor cabe somente a tarefa de ensinar e não perseguir burocracia.
Num outro desenvolvimento, o secretário permanente virou os canos contra os professores, acusando-os de receber sem trabalhar. De acordo com ele, o governo da província de Nampula está inquieto porque muitos alunos que frequentam as classes iniciais não sabem ler nem escrever. Face a alguma melhoria no ensino que disse estar a constar, apelou que os professores e os gestores escolares percebam que “a educação é a única via para a libertação do homem e instrumento ímpar para o à miséria”.
Refira-se que em Agosto passado o governador da província de Nampula exonerou publicamente um administrativo da Escola Polivalente São João Baptista, sita no bairro de Marrere, por alegadas incapacidades profissionais.