Onze locomotivas e 200 vagões são esperados em Moçambique a partir de Julho para assegurar o escoamento do carvão mineral de Benga, através da linha férrea de Sena, ligando a região mineira de Moatize, em Tete, e o Porto da Beira, Centro do país.
A Riversadale Moçambique, Limitada, concessionária do carvão de Benga, anunciou ter investido para a aquisição daquele equipamento, um total de 50 milhões de dólares norte-americanos, devendo a entrega dos mesmos ser feita em fases.
Assim, segundo fonte da empresa, as locomotivas começam a chegar em Julho, devendo a última entrega ser efectuada em Setembro. Enquanto isso, os vagões vão chegar em Agosto e Outubro deste ano.
Fonte da Riversdale que confirmou estes dados ao “Notícias” referiu que os meios encomendados são suficientes para o escoamento, através da linha de Sena, da produção inicial calculada em dois milhões de toneladas de carvão por ano, apenas na mina de Benga.
O arranque da exploração do carvão de Benga é uma antecipação em relação aos planos inicialmente apresentados pela empresa e tal deriva do número de solicitações por parte dos seus principais clientes no mercado internacional. O calendário apontava como data do início da produção o ano de 2012.
Estudos apresentados pela própria empresa indicam que na sua fase de funcionamento pleno, a mina de Benga vai produzir cerca de 20 milhões de toneladas por ano, produto que se destina fundamentalmente ao mercado externo.
Analisando a produção proposta fica claro que a linha de Sena está muito longe de satisfazer a demanda, daí que a Riversdale esteja a equacionar a possibilidade de recorrer ao rio Zambeze para o escoamento do mineral.
Com vista à utilização do rio Zambeze na exportação do carvão, teve lugar semana passada a última reunião de auscultação pública para o enriquecimento do estudo de impacto ambiental a ser submetido, em Junho, ao Conselho de Ministros, para efeitos de apreciação e aprovação.
Os resultados do estudo não mostram, contudo, grandes inquietações, porque, por um lado, o transporte fluvial não vai implicar alterações no regime hidrológico do Zambeze e, por outro, porque embora estejam previstas dragagens, os sedimentos resultantes deste processo serão movimentados dentro do próprio leito.
Sabe-se que a implementação deste projecto poderá representar uma mais-valia para a economia moçambicana, se se considerar, não só, o volume de investimento envolvido, como também o facto de poder vir a criar 1500 empregos directos e outros 4500 resultantes da exploração de diversas actividades relacionadas com a mina, para além de receitas fiscais para o Estado.
Neste momento, a Riversdale tem 22 licenças mineiras, em Tete, das quais uma concessão mineira de Benga em fase de construção da mina, devendo começar a exportar a respectiva produção a partir do terceiro trimestre deste ano.