O diálogo político entre a Renamo e o Governo moçambicano continua interrompido. A delegação que representa o partido de Afonso Dhlakama anunciou no último sábado (23) que não estaria disponível para o encontro desta segunda-feira (25), com a contra parte governamental, enquanto não for acomodada a sua exigência relativa à presença de facilitadores nacionais e observadores internacionais na mesa de diálogo. E assim aconteceu.
A equipa governamental, por seu turno, fez-se ao Centro de Conferência Joaquim Chissano, onde decorre as sessões de diálogo tal como havia anunciado. Permaneceu cerca de meia hora e decidiu abandonar o local por alegada falta de comparência do pessoal da Renamo. Aliás, tem sido assim, desde que a 14 de Outubro passado. A Renamo optou por condicionar o diálogo à presença de facilitadores e observadores nacionais e estrangeiros.
Na senda das exigências da Renamo sobre a presença de “terceiros” no diálogo, o Governo já concordou, após muita resistência, mas continua a discordar com veemência a intervenção de observadores internacionais, pois entende não haver necessidade de mediação de “estranhos” em assuntos meramente domésticos.
O chefe da delegação do Governo, José Pacheco, disse que a presença de facilitadores nacionais carece, agora, de uma discussão sobre o papel destes no diálogo. Refira-se que ainda esta segunda-feira o secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, reiterou a disponibilidade do seu partido em dar continuidade ao diálogo, mas somente na presença de facilitadores nacionais e internacionais, tais como as Nações Unidas, a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) a e União Europeia. A nível nacional, a Renamo já propôs o académico Lourenco do Rosário e Dom Dinis Sengulane.