O movimento antirracista Keerfa e a comunidade paquistanesa da Grécia denunciaram nesta quinta-feira que nos centros de detenção de imigrantes do país mediterrâneo os detidos sofrem surras habitualmente e, inclusive, torturas com choques elétricos.
Em entrevista coletiva em Atenas, o dirigente da Keerfa, Petros Konstantinu, e o presidente da comunidade paquistanesa da Grécia, Javed Aslam, exigiram o fechamento dos centros de detenção para imigrantes, que definiram como “campos de concentração”.
Como prova das torturas, Konstantinu e Aslam expuseram o caso de um imigrante paquistanês que foi torturado com descargas elétricas quando se negou a assinar um documento de repatriação voluntária a seu país de origem.
Além disso, relataram que outro imigrante sofreu danos irreversíveis nos genitais por motivos semelhantes e que teve assistência médica foi negada.
Os casos foram denunciados à Justiça, mas a Keerfa lamenta a falta de cooperação da polícia, apesar de um dos imigrantes supostamente torturados ter identificado os autores.
Segundo Keerfa, as surras aos internos estão na ordem do dia nos centros de detenção, o que vários imigrantes detidos entrevistados pela Efe endossaram.
Várias organizações de direitos humanos, incluindo Anistia Internacional, Human Rights Watch e Conselho Europeu, denunciaram a situação dos imigrantes nesses centros e pediram ao governo da Grécia uma investigação profunda.