A empresa australiana Southern Cross Resources anunciou esta quarta-feira que a concessão Xiluvo, em Moçambique, dispõe de reservas de óxidos de terras raras avaliadas em 1,1 milhões de toneladas.
Segundo a Rádio Moçambique, que cita um comunicado divulgado pela Bolsa de Valores da Austrália, a empresa com sede em Hawthorn informou ainda que foram efectuados 220 furos a uma distância de 50 metros uns dos outros tendo as amostras sido analisadas pela empresa de Perth Intertek Genalysis. A Southern Cross Resources adiantou que uma das mais-valias desta concessão é a existência equilibrada de elementos de terras raras leves e pesados, contendo óxidos de neodímio, európio, itérbio, disprósio e ítrio (usado como fosforescente em televisores coloridos, laser dopado com neodímio e componentes de microondas.).
A empresa australiana vai agora dar início a um conjunto de testes metalúrgicos para identificar o melhor processo de proceder à concentração das terras raras existentes na concessão. A concessão Xiluvo inclui parte do monte Xiluvo situado na província de Sofala, a cerca de 110 quilómetros do porto da Beira, e apresenta como uma mais-valia adicional o facto de ficar enquadrado a norte pela pavimentada estrada nacional 6 e a ocidente e a sul por linhas de caminho-de-ferro ligando o Zimbabué (via Mutare) à Beira.
Em junho passado, a também australiana Globe Metals & Mining informou que recebeu a confirmação de que metais de terras raras e fluorite foram adicionadas à licença de que dispõe para prospecção mineira no monte Muambe, província de Tete. Num comunicado tornado público na altura, a empresa adiantava que a confirmação por parte das autoridades moçambicanas é importante uma vez que a prospecção efectuada já permitiu detectar a presença de metais de terras raras que passarão a ser o centro da campanha de realização de furos de prospecção que a empresa vai efectuar naquela zona ainda este ano.
A campanha de prospecção a ser realizada este ano vai concentrar-se nas mineralizações de fluorite de elevada qualidade e metais de terras raras associados identificadas na campanha de 2010.
No início do ano, a Globe Metals & Mining estabeleceu uma parceria estratégica com a East China Minerals Exploration and Development Bureau (ECE), uma empresa mineira estatal que passou a ser o principal accionista da empresa australiana.
O monte Muambe é uma cratera de rochas ígneas com um diâmetro de 5 a 6 quilómetros a sudeste da cidade de Tete, sendo que a licença de exploração cobre a totalidade da cratera.