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Empreiteiro chinês “frustra” o sonho do Benfica de Nampula

Empreiteiro chinês “frustra” o sonho do Benfica de Nampula

O projecto de construção do campo do Sport Nampula e Benfica, uma das primeiras infra-estruturas desportivas de raiz construída por um clube a nível da cidade de Nampula após a independência nacional, encontra-se em “banho-maria”, devido à morosidade e constantes paralisações das obras pela empresa PAVONINI. Não obstante estes constrangimentos, o patrono da iniciativa, Abul Hanane, presidente da colectividade, não deita a toalha ao chão e afirma que o sonho será materializado a curto prazo.

De acordo com as projecções, o novo campo do Benfica de Nampula que está a ser erguido no populoso bairro de Namicopo, arredores da cidade de Nampula, já devia estar concluído em 2011. Mas não foi o que aconteceu. A negligência por parte do empreiteiro fez com as obras de construção daquela infra- -estrutura desportiva se arrastassem até aos dias que correm. Abdul Hanene, presidente do Sport Nampula e Benfica, ainda tem a esperança de ver os jogos da sua equipa serem realizados no seu próprio reduto na presente época futebolística, pese embora as obras estejam a decorrer a meio gás.

O nosso entrevistado referiu que, depois de um longo período de paralisação das obras de construção, as mesmas foram reactivadas no passado mês de Dezembro. Segundo Hanane, há fortes sinais de o campo estar pronto antes do mês de Março do ano em curso, período em que arranca o Campeonato Provincial de Futebol, vulgo “Nampulense”, prova na qual a sua colectividade milita. O presidente daquele clube disse que o empreiteiro terá de correr contra o tempo, porque as águias de Nampula não dispõem de um campo para a realização de treinos da pré-época.

A sensivelmente dois meses do início do “Nampulense”, ainda não foi feito o nivelamento do piso, a montagem das balizas, as demarcações obedecendo aos padrões internacionais, entre outros pormenores técnicos para assegurar o seu uso. “Sentimo- -nos encorajados, uma vez que já temos a bancada central, os balneários, o muro de vedação e as salas que vão ser usadas para as aulas teóricas dos atletas da Academia”, sublinhou Hanane, acrescentando, contudo, que paralelamente decorre o projecto de conclusão da bancada sol.

O campo do Benfica de Nampula terá capacidade para albergar cerca de cinco mil espectadores e vai dispor igualmente de restaurantes e parque de estacionamento de viaturas. O presidente dos “encarnados” disse que, com a entrada em funcionamento do novo reduto que vai acolher provas de alta competição, as ambições do clube poderão ser outras como, por exemplo, a ascensão ao Moçambola.

Apesar de as obras terem sido retomadas, segundo Hanane, a direcção do Benfica de Nampula decidiu mover um processo judicial contra a empresa chinesa, Construções PAVONINI, para que possa ser responsabilizada pelos danos morais causados. “Estamos comprometidos com os prazos de conclusão do nosso estádio, por isso optámos por levantar um processo judicial. O clube havia dado um prazo de um ano, mas a empresa garantiu que podia entregar em seis meses, o que não veio a acontecer”, disse Hanane. O empreiteiro afirmou que a morosidade das obras se deve às chuvas que se fazem sentir nos últimos dias na cidade de Nampula, mas assegurou a sua conclusão até Março próximo.

Formação de talentos

De acordo com Abdul Hanane, na altura da concepção do projecto de construção do estádio em alusão em 2009, as atenções estavam viradas para a criação de uma Academia de Formação de Talentos para “alimentar” as equipas que militam nas provas do futebol moçambicano. A falta de patrocínios e a fraca contribuição dos sócios são os principais motivos que levarão o Benfica de Nampula a apostar na Academia de Formação de Talentos por ser pouco onerosa para os seus cofres, ao invés de participar no Moçambola.

“O Moçambola é uma prova com muitas exigências e responsabilidades, sobretudo na componente financeira para a contratação de atletas e técnicos à altura de competir em igualdade de circunstâncias com outros clubes de referência. Temos adeptos que nos pressionam a fim de que façamos parte da competição, mas não temos condições. Não vamos deixar de lutar para que nesta época ascendamos a este nível”, sublinhou Hanane, acrescentando que o outro constrangimento tem a ver com a falta de meios para a colocação da relva.

“Nós temos consciência de que o projecto de formação de talentos para alimentar outros clubes não está a ser bem visto pelos sócios e simpatizantes, mas não temos alternativas. Qualquer jogador tem sonho, não é o Benfica que impedirá que os jovens realizem os seus sonhos”, disse. Para esta época futebolística, Hanane afirmou que vai trabalhar com uma equipa jovem, maioritariamente constituída por jogadores que ascenderam ao escalão de seniores.

Refira-se que, enquanto espera pela conclusão das obras do seu campo em Namicopo, o Benfica de Nampula vai continuar a realizar as suas sessões de treino no campo municipal 25 de Setembro que, apesar das péssimas condições do seu piso, é disputado por grande parte dos clubes que militam no “Nampulense”.

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