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Embaixador da União Europeia “Moçambique tem um enorme potencial para crescer e ser o motor de desenvolvimento da região e do continente”

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O embaixador da União Europeia em Moçambique, Antonio Sánchez-Benedito Gaspar, considerou, terça-feira, 12 de Abril, que, apesar dos inúmeros desafios que enfrenta, Moçambique tem um enorme potencial para crescer e ser o motor de desenvolvimento da região e do continente.

O diplomata, que falava na conferência intitulada “Ajuda ao Desenvolvimento como Forma de Cooperação nos Tempos Modernos: Desafios e Equívocos”, organizada pelo Instituto Superior de Altos Estudos e Negócios (ISAEN), uma unidade orgânica da Universidade Politécnica, no âmbito do curso de doutoramento em Estudos de Desenvolvimento, sustentou a sua afirmação mencionando os recursos naturais, energéticos e humanos de que o País dispõe como sendo factores que podem catalisar o desenvolvimento do País.

“Temos consciência de que Moçambique enfrenta muitos desafios (é vulnerável às mudanças climáticas, ocupa as últimas posições no índice de Desenvolvimento Humano, entre outros), mas tem condições e recursos, sobretudo naturais e humanos, para ser o País líder na região e no continente”, frisou.

Entretanto, para que estes recursos conduzam, efectivamente, o País ao crescimento sustentável e inclusivo, é importante que o Governo trabalhe em estreita parceria com a sociedade civil, academia e sector privado, observando, acima de tudo, o respeito ao meio ambiente e à política de género.

Na ocasião, Antonio Sánchez-Benedito Gaspar assegurou que a União Europeia vai continuar a apoiar o desenvolvimento do País, através de diversas iniciativas, focadas, principalmente, no empoderamento da juventude, formação profissional, educação, emprego, governação, paz e fortalecimento das instituições, meio ambiente, energias renováveis e actividades de geração de alimentos.

“A União Europeia acredita no potencial de Moçambique e quer continuar a participar no seu desenvolvimento. Somos o maior parceiro económico de Moçambique, à frente da África do Sul e da China, com uma carteira de investimentos de mais de 60 mil milhões de euros, na sua maioria no sector energético”, disse.

Relativamente ao tema da conferência “Ajuda ao Desenvolvimento como Forma de Cooperação nos Tempos Modernos: Desafios e Equívocos”, o diplomata explicou que a ajuda ao desenvolvimento não se deve limitar à transferência de fundos ou ao financiamento. Deve, acima de tudo, ser um catalisador do desenvolvimento e crescimento do País, através da implementação de políticas e da criação de oportunidades em diversos sectores.

“É necessário que a ajuda ao desenvolvimento seja feita de forma sustentável, com foco na juventude e que não comprometa as futuras gerações”, afirmou o diplomata, que sublinhou que a ajuda não deve substituir os processos ou agendas internas porque seria “uma ingerência ilegítima impor a nossa agenda ou prioridades.

Estamos aqui para acompanhar, e não para impor ou substituir algo”. Por seu turno, o presidente da Comissão Científico-Pedagógica para Programas de Doutoramento, Lourenço do Rosário, realçou a importância do tema da conferência, que, apesar de ser académico, tem, também, uma conotação política.

“É um tema sensível, sobretudo neste momento histórico, em que existe uma reserva política em relação à posição de neutralidade assumida por Moçambique perante o conflito entre a Ucrânia e a Rússia”, sublinhou.

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