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Em curso 33 projectos de biocombustíveis

Mais de 30 projectos de produção de biocombustíveis, em investimentos que totalizam mais de 100 milhões de dólares norte-americanos, estão em curso em Moçambique.

Segundo o coordenador de programas de biocombustíveis no Centro para a Promoção da Agricultura (CEPAGRI), Hélio Neves, está em curso um inventário para determinar o número exacto de projectos em curso, uma vez que existem três níveis de aprovação de projectos.

O primeiro é ao nível provincial, para aqueles projectos que ocupem uma área de até mil hectares, o segundo ao nível do Ministro da Agricultura, dos mil aos 10 mil hectares e o terceiro ao nível do Conselho de Ministros, acima dos 10 mil hectares.

Com a concretização deste plano, o país poderá poupar acima de 682 milhões de meticais, por ano, resultantes da substituição de importações. “Neste momento existem muitos projectos em curso ao nível do sector empresarial e iniciativas comunitárias.

Há um inventário que estamos a realizar com o apoio da Holanda para ter a informação exacta dos projectos em curso. Mas na nossa base de dados temos registados 33 projectos em curso, num investimento acima de 100 milhões de dólares”, disse.

Segundo Neves, a maior parte dos projectos está numa fase de estudo das espécies vegetais das culturas eleitas pelo Governo para a produção de biocombustíveis, que melhor ser adaptam a realidade moçambicana para a posterior utilização como matéria-prima.

Apesar desta situação, o interlocutor garante que haverá quantidades suficientes de etanol e biodiesel para misturar com os combustíveis fósseis, cujo processo inicia no próximo ano de forma obrigatória.

Desta feita, a partir de 2012, 10 por cento do etanol deverá ser misturado com 90 por cento da gasolina, enquanto que três por cento do biodiesel com 97 por cento da gasolina.

“A maior partes dos projectos está numa fase bastante inicial, sem frutos ainda, mas há exemplos positivos que ajudam a ver a situação da produção no futuro”, afirmou o coordenador dos programas dos combustíveis. Apesar disso, garantiu que haverá matéria-prima suficiente para as misturas a partir do próximo ano.

“Temos a Petromoc que já firmou acordos com alguns futuros produtores para o fornecimento de matéria-prima para a produção do óleo de copra, a Sunbiofuel, com alguns resultados, a iniciativa dos produtores de Bilibiza, em Cabo Delgado, com o apoio da organização nãogovernamental dinamarquesa-ADPP, que produzem jatropha que depois é usado para o fabrico de biodiesel”, explicou.

Neves acrescentou que para o caso do etanol a aposta será no melaço da cana-de-açúcar que existe em abundância no país, resultado da produção das quatro açucareiras moçambicanas, nomeadamente: Marromeu, Mafambisse, Xinavane e Maragra.

O Governo moçambicano aprovou, em 2009, a Estratégia de Energia, a Política de Desenvolvimento das Energias Renováveis e a Política e Estratégia dos Biocombustíveis, instrumentos orientadores que estabelecem os princípios e objectivos no desenvolvimento sustentável dos biocombustíveis.

Nesta estratégia, o Governo elegeu quatro culturas para a produção de biocombustíveis de forma a evitar o conflito com a produção de comida. Assim, foram identificados o coco, jatropha, cana-de-açúcar e mapira doce.

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