Na manhã de 11 de Novembro em curso, o canavial da açucareira Tongaat Hulett, no posto administrativo de Xinavane, na província de Maputo, foi visitado, inesperadamente, por quatro elefantes – presume-se que seja um casal e duas crias – aparentemente inofensivos. Não se sabe por que carga de água, mas alguém promoveu uma campanha desenfreada para o abate impiedoso dos referidos paquidermes.
@Verdade apurou que o marfim foi entregue aos Serviços Distritais das Actividades Económicas de Magude, mas não se sabe o aconteceu com a carne dos elefantes.
O autor do abate, cujo nome não nos foi revelado supostamente porque o processo está a seguir os trâmites legais na Procuradoria Provincial de Maputo, foi também identificado.
Contudo, segundo informações avançadas à nossa Reportagem, os elefantes foram chacinados por um grupo de agentes do Departamento de Fauna Bravia, com o envolvimento de gente afecta à açucareira Tongaat Hulett e um indivíduo identificado pelo nome de António Gilberto Goulap e o seu filho Vando Michel Goulap.
Consta, nos dados a que tivemos acesso, que o pai deste jovem é um ex-funcionário daquela empresa e a sua família tem sido parceira das autoridades locais na actividade de caça. Aliás, Vando Goulap já participou noutros abates de paquidermes e deixou-se fotografar abraçado a um elefante já imobilizado e aparentemente morto.
O suposto caçador deixou-se também “retratar” num momento em que simulava um gesto de afinar a pontaria com recurso a uma espingarda preparada para o abate.
O que aconteceu em Xinavane não é necessariamente caça furtiva, mas, sim, um acto inescrupuloso contra a vida de animais, pois a partir do momento em que foram vistos a deambularem no canavial bastava informar as autoridades a fim de recolhê-los para o Parque Nacional do Limpopo, na província de Gaza.
Suspeita-se que os animais ora abatidos vieram do Parque Nacional Kruger, na África do Sul, que forma o Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo com o Parque Nacional Gonarezhou, no Zimbabwe.