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Egípcios endossam Constituição por estreita margem, dizem governistas e oposição

Os egípcios endossaram por uma pequena margem de vantagem a Constituição moldada pelos islamitas — e que tem a oposição de outros grupos e partidos, temerosos de que vá aprofundar as divisões no país -, disseram neste domingo dirigentes dos dois campos rivais, após a primeira rodada de um referendo que será realizado em duas etapas.

Na segunda fase da votação, na semana que vem, é provável que o “sim” amplie sua vantagem, já que a consulta será em localidades consideradas mais favoráveis aos islamistas, dizem analistas, indicando que a Constituição será endossada pelos eleitores.

Mas uma vitória apertada, se confirmada, daria ao presidente egípcio, o islamista Mohamed Mursi, pouco motivo para festejar, uma vez que isso iria evidenciar uma ampla divisão num país onde ele precisa construir um consenso sobre medidas duras para corrigir uma economia frágil.

O partido da Irmandade Muçulmana, que levou Mursi ao poder na eleição de junho, afirmou que 56,5 por cento dos eleitores apoiaram a Carta. Os resultados oficiais só devem ser divulgados depois da próxima etapa de votação, que será realizada na semana que vem.

Mursi e os seus partidários dizem que a Constituição é vital para conduzir a transição democrática do Egito. Os seus opositores dizem que o texto da nova Carta é muita islâmica e esmaga os direitos das minorias, incluindo os cristãos, que compõem 10 por cento da população.

A preparação para votação de sábado foi marcada por protestos que deixaram muitos mortos. Manifestações eclodiram pelo país quando Mursi se atribuiu poderes extras em 22 de novembro e, logo em seguida, acelerou a finalização da Constituição por uma Assembleia dominada por seus aliados islamistas. No entanto, a votação transcorreu calmamente, com longas filas no Cairo e em várias cidades, apesar de balanços não oficiais indicaram que apenas um terço das 26 milhões de pessoas aptas a votar compareceu às urnas.

A oposição queria alterações na Carta e também se opunha à realização da votação por causa dos violentos protestos no país. Se a Constituição for rejeitada no segundo turno, o que agora parece improvável, uma nova assembléia será formada para elaborar uma nova versão, num processo que pode levar até nove meses.

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