Maputo, 16 Mar (AIM) – O Governador de Manica, Maurício Vieira, disse existirem no sector da educação e cultura a nível daquela província do Centro de Moçambique inúmeras e preocupantes irregularidades.
Ele referia-se a casos de desvio de fundos, contratação irregular de docentes, corrupção, existência de “professores fantasmas” e pagamento fraudulento de horas extras.
Neste momento estão confirmados casos de desvio e desmandos diversos nos distritos de Sussundenga, Manica e Báruè.
Alguns funcionários ligados à gestão e administração financeiras nestes distritos já estão a contas com a Justiça.
Na sequência destas irregularidades, o governador prometeu medidas severas contra os eventuais promotores dos desmandos que se verificam no sector, tendo inclusivamente criado uma comissão de inquérito encarregue de proceder à investigação exaustiva do movimento financeiro na Educação e Cultura em Manica, com vista a neutralizar a teia dos funcionários desonestos que dilacera este sector naquela província.
“Temos que pôr a mão sobre a história. Caso sejam confirmadas as falcatruas naquela instituição, teremos que empreender uma “vassourada”. Todos aqueles que estão sentados na linha-férrea serão trucidados”, disse o governador.
Recentemente, segundo escreve a edição de hoje do jornal “Notícias”, um funcionário da Educação e Cultura no distrito de Sussundenga foi julgado e condenado a quatro anos de prisão por se ter provado o seu envolvimento no desvio de 400 mil meticais (um dólar norteamericano equivale a cerca de 27 meticais).
Enquanto isso, em Báruè, um outro funcionário ligado à tesouraria indiciado de várias falcatruas, entre as quais a contratação irregular de professores, corrupção e desvio de fundos, “sumiu” quando solicitado a responder pelos seus actos.
Devido aos referidos problemas, o orçamento alocado para um ano ao sector da educação e cultura, em Manica, esgotou antes de Agosto. O Governo foi obrigado a encontrar meios financeiros para pagar os salários dos professores nos restantes meses.
Um outro problema que preocupa o governador relaciona-se com a gestão dos recursos humanos e morosidade na conclusão de edifícios escolares. Na província de Manica várias salas de aula não foram concluídas, mas o sector da Educação devolveu dinheiro por falta de execução do seu orçamento de investimento.
Há dias, o governador de Manica reuniu-se com os funcionários da Educação em toda a província para se inteirar do seu funcionamento.
Neste encontro, ficou clara a existência de fragilidades que permitem que os funcionários se apoderem ilicitamente dos recursos públicos.