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‘@Verdade Editorial: “É de louvar a iniciativa”, e principalmente a atitude, do ministro Maleiane

2 de Outubro de 2018 entra para história da jovem democracia moçambicana como o dia em que pela primeira vez um ministro das Finanças teve a coragem de reunir e debater com jornalistas a proposta de Orçamento do Estado que ainda vai apresentar à Assembleia da República.

Herdeiro do maior escândalo financeiro e de corrupção que arrastou Moçambique para a crise em que vivemos, e de anos de euforia financeira que descambou nos níveis de endividamento que até hoje não estão totalmente apurados, Adriano Maleiane terá sido o primeiro governante a negar e depois defender as injustificáveis Garantias Soberanas concedidas ilegalmente pelo seu antecessor.

O ministro que afirmou que a EMATUM não só estava a pescar como o atum era exportado e que os moçambicanos estariam a comer o pescado sem se aperceberem nos, que chegou a enganar aos moçambicanos de que não pagariam as dívidas ilegais da Proindicus, EMATUM e MAM, foi sem dúvidas o membro do Governo que mais deu o seu corpo, ainda que franzino, aos críticos nacionais e estrangeiros sobre o rumo da economia nacional.

Várias vezes indicado como sendo demissionário, pouco competente e até mesmo em idade para se reformar Adriano Maleiane teve a grandeza de olhos nos olhos, franco e disponível apresentar a jornalistas o orçamento para o último ano do primeiro mandato de Filipe Nyusi e ainda debater ponto a ponto e responder todas as interpelações dos profissionais da comunicação social.

Após horas de conversa e explicações, interrompidas por um lanche de apenas chá e bolachas nacionais, o ministro disse em jeito de desabafo que está feliz porque há alguns anos “a sociedade nem queria ouvir eu negociar estas dívidas” mas “hoje estou que claro que todos estamos de acordo que temos que fechar o processo que é para podermos avançar”.

“É de louvar a iniciativa”, e principalmente a atitude, do ministro Maleiane que abre um precedente que a bem da democracia deveria contagiar os seus colegas de Conselho de Ministros e quiçá ao Presidente Filipe Nyusi, que em Moçambique nunca esteve disponível para ser entrevistado ou mesmo conversar francamente com todos os jornalistas, não só os alinhados do sistema!

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