O Conselho Municipal de Angoche, em parceria com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), está a implementar um programa destinado a conter o avanço da erosão que afecta a orla marítima, que constitui uma séria ameaça à parte continental e às ilhas adjacentes daquela cidade, decorrente do abate indiscriminado do mangal.
Américo Adamugy, edil da cidade de Angoche, precisou que as actividades do programa consistem na produção e multiplicação de mudas de mangal, entre outra vegetação que serve para proteger a orla marítima dos efeitos devastadores da erosão.
A comparticipação da WWF no programa baseia-se na disponibilização de sementes de mangais e treinamento de técnicos agrários que trabalham com a edilidade de Angoche, visando garantir a produção e multiplicação do material vegetativo cujo plantio é assegurado pelas comunidades.
O abate intensivo do mangal pelas comunidades dos distritos costeiros tem várias finalidades, em particular para utilização como combustível para fins domésticos e material principal para a construção de infra-estruturas de habitação devido à sua resistência e constitui uma actividade financeiramente rentável. De acordo com Américo Adamugy, esse factor tem propiciado o abate de uma forma indiscriminada do mangal junto às ilhas municipais de Angoche, aproveitando-se da sua vulnerabilidade derivada das deficientes condições de vigilância por parte da edilidade e das comunidades locais.
Devido a esse facto, três Ilhas municipais de Angoche, nomeadamente Buzu, Nhuluti e Iepá sofrem de forma intensiva, neste momento, os efeitos da erosão da sua costa, tendo levado a edilidade a proceder à transferência de cerca de 80 famílias cujas habitações se encontravam em risco de desabar.