A economia de Moçambique vai crescer cerca de 7% em 2013, contra os 7,4% registados em 2012, apesar do efeito devastador das cheias ocorridas nos princípios do ano em curso, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
David Lipton, vice-director executivo do FMI, que está de visita ao país, disse em Maputo, numa palestra na Universidade A Politécnica, que a economia moçambicana estará à altura de contornar os efeitos nefastos provocados pelas calamidades naturais.
“Moçambique é inegavelmente um dos países africanos que melhor prestação tem obtido no plano económico e um dos que mais rapidamente crescem tendo, para além disso, conseguido precaver-se da contracção da procura dos países da zona Euro, diversificando o seu comércio com economias emergentes”, disse David Lipton, para quem apesar do desenvolvimento que o país regista, metade da sua população ainda vive numa situação de miséria e dois terços sobrevivem da agricultura de subsistência.
Segundo o FMI, apesar do impacto negativo das cheias, o Produto Interno Bruto (PIB) real deverá continuar a crescer em cerca de 7% este ano à medida que a exploração mineira se expande e a produção agrícola global deverá recuperar rapidamente.
Calcula-se que o crescimento do PIB real tenha atingido 7½ porcento em 2012, um dos mais elevados no mundo e na região, reflectindo a expansão e o rápido aumento na produção de carvão bem como nos serviços financeiros, transportes e comunicação e agricultura.
Aquele organismo internacional refere ainda que a inflação do preço ao consumidor caiu consideravelmente do seu pico de 16,6% no fim de 2010 para 2,2% em Dezembro de 2012, uma das mais baixas na região Subsahariana.
“Isto reflectiu os efeitos do rigor da política monetária em 2011, uma boa colheita e o aumento no abastecimento de alimentos, a relativa estabilidade do metical em relação às moedas principais, desenvolvimentos favoráveis nos preços internacionais e estabilidade dos preços administrados. Esta tendência foi contrariada no início de 2013, uma vez que as cheias fizeram subir os preços dos produtos alimentares, apesar de que a inflação deverá permanecer baixa em torno de 5 e 6% a médio prazo”, indica um comunicado de Imprensa do FMI.
O mesmo documento refere que em Moçambique, as transacções externas são cada vez mais dominadas por grandes investimentos nos sectores de exploração mineira e de hidrocarbonetos, financiados principalmente por investimento directo estrangeiro e crédito estrangeiro privado.